ARTIGOS
20 anos sem Tim Lopes
Por LUÍS PIMENTEL
Publicado em 02/06/2022 às 08:58
Alterado em 02/06/2022 às 08:58
Nesta quinta-feira, 2 de junho, completam-se 20 anos da morte de Arcanjo Antonino Lopes do Nascimento, o jornalista Tim Lopes. Nesta data, em 2002, Tim foi sequestrado, torturado e assassinado por traficantes quando fazia uma reportagem para a televisão sobre abuso de menores e tráfico de drogas no Complexo do Alemão. A data será lembrada pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI), em ato do qual participam também a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro e a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).
Fui amigo e admirador de Tim. Conhecemo-nos no começo da década de 80, no tabloide semanal “Repórter”, editado por Luiz Alberto Bittencourt e Eduardo Homem, período em que o bravo gaúcho, mangueirense e vascaíno se empregou nos canteiros de obras do Metrô para reportar o dia-a-dia dos operários, dormiu na rua para falar de mendigos e correu maratonas para escrever sobre a emoção dos atletas. A abnegação lhe rendeu vários prêmios, o respeito dos colegas e uma posição de destaque no jornalismo investigativo das diversas redações por onde passou.
Por alguns anos fomos colegas de pelada. Subíamos juntos todos os sábados o Alto da Boa Vista, para correr atrás da pelota no Campo do Cachoeirinha, pelo imbatível Com Jeito Vai Futebol Clube. O Com Jeito tinha craques (?!) de todas as profissões, especialmente da nossa, como os companheiros Caco Barcelos, Rui Xavier, Aluízio Maranhão, Genílson César, Custódio Coimbra, Walter Carvalho, Luizinho, Alceu Nogueira da Gama, Marcos Dantas e outros que estão por aí, todos ainda batendo um bolão no jornalismo.
Fazíamos aniversário no mesmo dia, ele um pouquinho mais velho, e conseguimos bebemorar juntos algumas vezes. Nosso último encontro foi no Sambódromo, no ano de sua morte. Eu acompanhava a festa, ele desfilava pela nossa verde e rosa. Marcamos uma cerveja para o 18 de novembro, quando faríamos um brinde comemorativo.
Não foi possível.