ARTIGOS

Poder compensatório

Por TARCISIO PADILHA JUNIOR, [email protected]
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Publicado em 13/10/2021 às 08:15

Alterado em 13/10/2021 às 08:15

A desordem está no
coração das estrelas.
Edgar Morin (1982)

 

Foi preciso muito trabalho entre o fim da Segunda Guerra, em 1945, e o fim da União Soviética, em 1991, para reconstruir um sistema econômico global que permitisse um fluxo de bens e serviços dentro de uma economia de mercado.

Um período que trouxe para o mundo padrões de vida mais elevados do que imagináveis há mais de dois séculos, uma difusão de tecnologia moderna, e especialmente uma revolução científica e tecnológica que ainda está em andamento.

Desde 1970, no entanto, em grandes e sucessivas crises o controle de preços provocou escassez do petróleo, e ocasionou escassez de incontáveis outros produtos essenciais ao redor do mundo, numa incontrolável reação em cadeia.

No enfrentar de uma escalada do preço do petróleo, o governo tem sido instado a exercer "poder compensatório", no dizer de J. K. Galbraith, mediante adoção de regras para imposto e preço que visem proteger o consumidor da volatilidade.

O desenvolvimento das mudanças pretendidas requer um estudo aprofundado seguido de amplo acordo político, para não ficar sujeito a crenças subjetivas e predileções particulares deste ou daquele agente público diretamente implicado.

Ao acreditar nela categoricamente, qualquer política pode ser pressionada, até se tornar contraproducente de fato. Enquanto governos insistem em decisões categóricas, mercados tendem a decisões que favoreçam negociações compartilhadas.

Imperfeições ou ineficiências raramente destroem uma iniciativa, desde que esta considere interesses maiores da população.

* Engenheiro, é autor de "Por Inteiro" (Multifoco, 2019)

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