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Acredito que não

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Por TARCISIO PADILHA JUNIOR
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Publicado em 28/07/2021 às 08:25

Alterado em 28/07/2021 às 08:25

Existem muitas comunidades diferentes num país, que partilham frágil noção de envolvimento com suas vizinhas. Porque as pessoas têm opiniões diferentes, maior parcela das comunidades inconscientemente fortalece o processo democrático.

Longe de querer ordenar os debates por antecipação, o sistema político deve deixar espaço para transformações e melhorias, para toda e qualquer evolução imprevista que venha a ser impulsionada pelo gênio coletivo do debate livre.

As democracias cujos cidadãos têm pleno acesso à tecnologia da informação e comunicação proporcionam espaço político no qual minorias podem se explicar à maioria. O melhor que podemos fazer é ter fontes concorrentes de informação.

No entanto, vemos hoje a quase total ausência de conhecimento histórico demonstrada por participantes do debate. Quanto mais os cidadãos forem politicamente ativos, mais serão capazes de afetar o modo como o País é de fato administrado.

Um sistema político que vise aumentar o bem estar da população deve conter a tentativa forçada de polarização. Atual rejeição da maioria aos principais protagonistas do jogo político indica que existe possibilidade de terceira via.

As ideias que nos vêm ao espírito quase sempre convêm às circunstâncias. É possível contentarmo-nos com isso?

Acredito que não.

Engenheiro, é autor de "Por Inteiro" (Multifoco, 2019)

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