JUSTIÇA

Fachin diz que eleições podem contar com mais de 100 observadores internacionais, incluindo europeus

Ministro declara que Brasil não consente 'aventuras autoritárias', e que episódios como o visto no Capitólio, nos EUA, não podem mais acontecer. O convite está aberto para 'diversas autoridades europeias e de outros continentes', afirmou

Por JORNAL DO BRASIL
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Publicado em 18/05/2022 às 07:12

O ministro Edson Fachin Foto: Folhapress / Pedro Ladeira

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, anunciou nesta terça-feira (17) que convidou mais de 100 observadores internacionais para acompanhar as eleições de 2022 no Brasil. Dentro do grupo, também estarão representantes europeus.

Fachin enfatizou que a criação de uma rede acontecerá para garantir a vinda ao país de observadores europeus, principalmente após o governo Bolsonaro fazer pressão e o próprio tribunal "desconvidar" integrantes da União Europeia.

Até o momento, a Corte já convidou as seguintes organizações: Organização dos Estados Americanos (OEA), Parlamento do Mercosul, Rede Eleitoral da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), União Interamericana de Organismos Eleitorais (UNIORE), Centro Carter, Fundação Internacional para Sistemas Eleitorais (IFES); e Rede Mundial de Justiça Eleitoral. A notícia foi publicada pelo Uol.

"O mundo observa, com atenção, o processo eleitoral brasileiro de 2022. Somos, hoje, uma vitrine para os analistas internacionais, e cabe à sociedade brasileira garantir que levaremos aos nossos vizinhos uma mensagem de estabilidade, de paz e segurança [...]", afirmou o ministro em discurso na abertura de uma palestra sobre democracia e eleições na América Latina no TSE.

Ainda discursando, Fachin afirmou que o Brasil não consente mais "aventuras autoritárias" e que o cenário visto no exterior, com a invasão do Capitólio nos Estados Unidos e ameaças de mortes a autoridades eleitorais no México, "não pode nos ser alheio".

"É um alerta da possibilidade de regressão a que estamos sujeitos e que infelizmente pode infiltrar-se em nosso ambiente nacional, o que, a rigor, já ocorreu", disse.

Em abril, o TSE convidou a União Europeia para acompanhar as eleições no Brasil, entretanto, o gesto teria sido recebido com irritação por parte do Palácio do Planalto, o qual, por meio do Itamaraty, publicou uma nota rejeitando a ideia, conforme noticiado.

Visto isso, em seguida, a convocação foi desfeita pelo tribunal, porém, nas declarações dessa terça (17), o presidente do TSE disse que anunciou o convite "a diversas autoridades europeias e de outros continentes que tenham interesse em acompanhar as eleições". (com agência Sputnik Brasil)

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