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Crédito do BRB a senador Bolsonaro pode influir no BB

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Publicado em 03/03/2021 às 16:47

Alterado em 03/03/2021 às 22:55

Agência do BB no Rio de Janeiro Foto: Reuters / Amanda Perobelli

Até vir à tona o financiamento camarada de R$ 3,1 milhões do Banco Regional de Brasília ao senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) para a compra de pouco mais de 50% da mansão de R$ 5,7 milhões que adquiriu no Lago Sul, para ser pago em até 30 anos (360 prestações), com juros de 3,4% mais a variação do IPCA (o índice oficial de inflação foi de 4,52% em 2020), o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, era um dos mais cotados para substituir André Brandão, que está demissionário, na presidência do Banco do Brasil, depois que o presidente Bolsonaro e o centrão reagiram ao plano de enxugamento do BB.

Muita gente estranha o prazo, a taxa e o montante da operação. Mas a legislação mudou e os prazos máximos de financiamento imobiliário chegaram a 40 anos (480 meses). E os juros caíram acompanhando a baixa da Selic – o piso de captação do mercado financeiro, que estava em 14,25% ao ano em maio de 2016, quando do “impeachment” de Dilma, caiu para 2%. Deve subir para 2,50% a.a. na reunião do Copom dia 17, acompanhando a alta do IPCA.

O que importa saber, na operação, é se os juros e prazos estão aderentes aos do mercado e se o imóvel foi dado como garantia da hipoteca. Os bancos financiam um máximo de 80% o valor do imóvel (que fica 100% em garantia). O percentual da caução pode dizer se o imóvel foi registrado acima ou abaixo do valor real. O registro feito na cidade de Brazlândia, colada a Brasília, embora o responsável seja o cartório do 1º Ofício de Imóveis do DF, levanta dúvidas.

Paulo Henrique Costa tinha largado à frente dos concorrentes, o secretário adjunto do Ministério da Cidadania, Antônio Barreto, o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, e o vice-presidente corporativo do BB, Mauro Ribeiro Neto. Agora, o presidente do banco que patrocina o Flamengo se expôs muito.