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1905 - 15 de novembro

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A inauguração da Avenida Central

“Novinha em folha, catita e limpa, toda garrida, como está bela, guapa e supimpa essa Avenida! Calçada a asphalto de lado a lado, toda varrida. Vai ser o ponto mais frequentado, essa Avenida! Bebês, meninos, rapazes, moços, gozando a vida, farão namoros com alvoroços pela Avenida...”

Macaque in the trees
Print de notícia do Jornal do Brasil (Foto: Reprodução)

A euforia era geral. Além de promover uma revolução na paisagem da cidade do Rio, sendo em tudo, o traço de separação entre o Brasil Passado e o Brasil Novo, a inauguração da Avenida Central trouxe charme e vaidade para a realidade carioca: os ares da Belle Époque francesa, a profusão das luzes elétricas, o movimento dos bondes, o desfile de pessoas bem vestidas.

Construída como uma das principais obras das tantas que remodelaram o Rio no começo do século 20, quando a cidade se limpava, no dizer de Carlos Drummond de Andrade, “da morrinha imperial”, desde logo Euclides da Cunha considerou-a a mais bela das ruas cariocas, “pela variedade de estilos e pelo que demonstra de energia, de progresso, de esforço”.

João do Rio a definiu como ”essa grande Sabá arquitetônico de dois quilômetros”, por onde passe “o Rio inteiro, o Rio anônimo e o Rio conhecido”. Sua abertura deu início a uma época de transformações , mudando a cidade de ponto a ponto de vista da arquitetura, dos hábitos da população e firmando seu poder econômico.

O engenheiro Paulo de Frontin foi o responsável pelo projeto de construção da Avenida, parte da iniciativa de urbanização e modernização do governo Rodrigues Alves(1902-1906). Em homenagem ao Barão do Rio Branco, morto em 1912, a Avenida Central passou a ser chamada de Avenida Rio Branco.

Ao longo da existência da Avenida, o desenvolvimento da cidade foi alterando sua paisagem arquitetônica e humana, sem conseguir tirar-lhe, no entanto a característica de centro dinâmico da vida carioca.

CPDoc JB – Memória viva do Jornal do Brasil

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