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Democratas da Câmara divulgam documentos de Epstein dizendo que Trump 'sabia sobre as meninas'
Por JB INTERNACIONAL
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Publicado em 12/11/2025 às 14:50
Alterado em 12/11/2025 às 14:50
Epstein ao lado de Trump: e-mails reveladores Foto: Ansa
O criminoso sexual condenado Jeffrey Epstein disse que Donald Trump sabia sobre as meninas que Epstein foi acusado de vitimizar, de acordo com e-mails divulgados nesta quarta-feira (12) pelos democratas da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, O que a Casa Branca classificou como uma "narrativa falsa".
Os democratas citam trocas entre Epstein e o autor Michael Wolff e Ghislaine Maxwell, uma socialite britânica que está cumprindo uma sentença de 20 anos de prisão por acusações relacionadas ao seu papel em facilitar o abuso sexual de meninas menores de idade por Epstein.

Print de um dos e-mails recém-descobertos, de Jeffrey Epstein fazendo referência ao presidente dos EUA, Donald Trump Foto: reprodução/Reuters
A divulgação ocorreu no dia em que um novo membro democrata está programado para ser empossado na Câmara, um movimento que deve ser um ponto de inflexão em uma campanha para forçar uma votação sobre a liberação de todos os arquivos não confidenciais relacionados a Epstein, reacendendo o interesse em um caso que tem sido uma grande dor de cabeça política para o presidente.
Entre as trocas de documentos está um e-mail de 2019 para Wolff no qual Epstein disse que Trump "sabia sobre as meninas quando pediu a Ghislaine para parar", e uma mensagem de 2011 para Maxwell de Epstein afirmando que Trump havia "passado horas na minha casa" com uma de suas vítimas.
Trump negou veementemente e consistentemente saber sobre o tráfico sexual de Epstein. Ele disse que ele e Epstein, que morreu por suicídio em uma cela de prisão em Manhattan em 2019, já foram amigos antes de se desentenderem.
"Os democratas vazaram seletivamente e-mails para a mídia liberal para criar uma narrativa falsa para difamar o presidente Trump", disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, em um comunicado, acrescentando que a vítima redigida nos e-mails era a falecida Virginia Giuffre, "que disse repetidamente que o presidente Trump não estava envolvido em nenhum delito".
APOIADORES DE TRUMP DIVIDIDOS
O caso de Epstein persegue Trump há meses, perturbando até mesmo seus próprios apoiadores políticos, que acreditam que o governo está encobrindo os laços de Epstein com os ricos e poderosos, e têm criticado incomumente seu Departamento de Justiça por não divulgar mais informações sobre os supostos crimes de Epstein.
Apenas quatro em cada 10 republicanos disseram em uma pesquisa Reuters/Ipsos de outubro que aprovam a maneira como Trump lida com os arquivos de Epstein - bem abaixo dos nove em cada 10 que aprovam seu desempenho geral na Casa Branca.
O presidente da Câmara, Mike Johnson, deve empossar a deputada democrata eleita Adelita Grijalva nesta quarta-feira para suceder seu falecido pai no Congresso. Espera-se que Grijalva forneça a assinatura final necessária para uma petição para forçar uma votação na Câmara para liberar todos os registros não classificados relacionados a Epstein, algo que Johnson e Trump resistiram até agora.
O principal democrata do Comitê de Supervisão, o deputado Robert Garcia, pediu ao Departamento de Justiça que divulgue totalmente os arquivos de Epstein ao público.
"Quanto mais Donald Trump tenta encobrir os arquivos de Epstein, mais descobrimos. Esses últimos e-mails e correspondências levantam questões gritantes sobre o que mais a Casa Branca está escondendo e a natureza do relacionamento entre Epstein e o presidente", disse ele em um comunicado. (com agência Reuters)