MUNDO
ONG fundada por Mandela denuncia 'genocídio' em Gaza
Por JB INTERNACIONAL
[email protected]
Publicado em 12/08/2025 às 18:21
Alterado em 12/08/2025 às 18:21

A ONG "The Elders", fundada em 2007 pelo sul-africano Nelson Mandela e formada por ex-estadistas, diplomatas e figuras empenhadas pela paz, denunciou nesta terça-feira (12) que um "genocídio" está sendo cometido na Faixa de Gaza e condenou a "obstrução deliberada por Israel da entrada de ajuda humanitária".
Em comunicado, a organização sediada em Londres culpou o governo do premiê Benjamin Netanyahu de induzir a população palestina a enfrentar "uma grave fome". "Hoje, expressamos nossa consternação e indignação com a obstrução deliberada de Israel à ajuda humanitária vital para Gaza", afirmou.
A denúncia, em nome do grupo de autoridades, ocorreu após uma visita à fronteira de Rafah, entre o Egito e a Faixa de Gaza, por duas das principais figuras do "The Elders": Helen Clark, ex-primeira-ministra da Nova Zelândia, e Mary Robinson, ex-presidente da Irlanda e ex-alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos.
"O que vimos e ouvimos reforça nossa convicção pessoal de que não há apenas uma fome provocada pelo homem em Gaza, mas um genocídio", enfatiza a nota.
Além disso, explicou que "a Convenção de 1948 sobre o genocídio foi criada após o Holocausto para impedir que este crime se repetisse. Mas está sendo burlada em palavras e atos por Israel em Gaza, assim como por poderosos Estados-membros da ONU que não exigem explicações das autoridades israelenses".
Segundo a ONG, "muitas mães não conseguem alimentar-se adequadamente nem alimentar seus recém-nascidos, e o sistema de saúde está em colapso". "Tudo isso ameaça a sobrevivência de uma geração inteira".
O grupo destaca ainda que sua delegação viu "evidências de alimentos e suprimentos médicos sendo impedidos de entrar e ouviu relatos de assassinatos de civis palestinos, incluindo crianças, enquanto tentavam obter ajuda dentro de Gaza".
Por fim, a ONG "The Elders" fez um apelo a Israel para abrir "imediatamente todos os pontos de passagem fronteiriços" para o território palestino, incluindo o de Rafah, e pediu para o Hamas "libertar imediatamente todos os reféns israelenses" que ainda mantém em Gaza.
"Pedimos a Israel e ao Hamas que retomem as negociações para um cessar-fogo e para alcançar um acordo", insistem. (com Ansa)