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Conselho da ONU discute plano de Israel para ocupar Gaza

Secretário-geral adjunto disse que ideia é 'escalada perigosa'

Por JB INTERNACIONAL
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Publicado em 10/08/2025 às 13:51

Alterado em 10/08/2025 às 13:52

Conselho de Segurança da ONU Foto: Ansa/Epa

O Conselho de Segurança da ONU realiza neste domingo (10) uma reunião de emergência sobre o plano de Israel para ocupar a Faixa de Gaza, uma "escalada perigosa" da guerra contra o Hamas.

A declaração foi dada pelo secretário-geral adjunto da ONU para a Europa, Ásia Central e Américas, Miroslav Jena, durante a reunião do Conselho de Segurança.

"A decisão mais recente do governo israelense corre o risco de desencadear outro capítulo terrível neste conflito. Esta é mais uma escalada perigosa do conflito", afirmou ele.

Segundo Jena, "as Nações Unidas têm sido inequívocas" e "a única maneira de acabar com o imenso sofrimento humano em Gaza é um cessar-fogo completo, imediato e permanente".

Para o representante da ONU, "não há solução militar para o conflito armado em Gaza ou para o conflito israelense-palestino em geral".

"Já estamos testemunhando uma catástrofe humanitária de proporções inimagináveis em Gaza. Se esses planos israelenses forem implementados, provavelmente desencadeará outra calamidade na Faixa, que repercutiria por toda a região e causaria mais deslocamentos forçados, mortes e destruição, agravando o sofrimento insuportável da população", acrescentou ele.

Durante a reunião do Conselho de Segurança da ONU, Jena destacou que "não haverá solução sustentável sem o fim da ocupação ilegal de Israel e a obtenção de uma solução viável de dois Estados".

Por fim, ressaltou que "Gaza é, e deve permanecer, parte integrante de um Estado palestino", afirmando que é preciso "estabelecer estruturas políticas e de segurança que possam aliviar a catástrofe humanitária na Faixa".

De acordo com o secretário-geral adjunto, é necessário "iniciar rapidamente a recuperação e a reconstrução, abordar as legítimas preocupações de segurança de israelenses e palestinos e traçar um caminho para alcançar uma solução viável de dois Estados".

Enquanto isso, fontes hospitalares em Gaza afirmam que pelo menos 17 civis foram mortos hoje por disparos do Exército israelense em várias áreas do enclave palestino, segundo a agência de notícias palestina Wafa.

Dessas vítimas, 11 perderam a vida enquanto aguardavam ajuda humanitária no centro e no sul do território.

De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas, os hospitais locais também registraram cinco novas mortes por fome e desnutrição nas últimas 24 horas, incluindo duas crianças.

O número eleva o total de vítimas de fome e desnutrição desde o início das hostilidades para 217, incluindo 100 crianças.

Paralelamente, em Israel, grupos que representam as famílias dos reféns, dos soldados mortos e das vítimas do massacre do Hamas em 7 de outubro convocaram uma greve geral no próximo domingo (17) contra a guerra e o plano do governo de capturar a Cidade de Gaza.

"No próximo domingo, todos nós pararemos e diremos: 'Chega! Parem a guerra! Devolvam os reféns! Depende de nós fazer isso", declarou Reut Recht-Edri, cujo filho Ido Edri foi morto pelo Hamas no festival de música Nova, em uma entrevista coletiva em Tel Aviv. (com Ansa)

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