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Sem Zelensky, começa encontro entre altos responsáveis da Rússia e EUA para discutir fim da guerra na Ucrânia

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Por JB INTERNACIONAL com Euronews
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Publicado em 18/02/2025 às 09:15

Alterado em 18/02/2025 às 09:15

Autoridades dos Estados Unidos e da Rússia durante reunião em Riad, na Arábia Saudita 18/02/2025 Foto: Reuters/Evelyn Hockstein

Já começou a reunião entre altos responsáveis russos e norte-americanos na capital da Arábia Saudita, com vista a pôr fim ao conflito na Ucrânia.

A Rússia está representada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, e pelo conselheiro de Putin para os Negócios Estrangeiros, Yuri Ushakov.

O secretário de Estado Marco Rubio, por sua vez, chefia a delegação dos EUA, apoiado por Mike Waltz, o conselheiro de segurança nacional, e pelo enviado especial de Trump para o Médio Oriente, Steve Witkoff.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, não foi convidado para este encontro, tendo afirmado que as conversações entre os EUA e a Rússia “não produzirão resultados” devido à ausência do seu país nas negociações. O presidente ucraniano informou ainda que a Ucrânia não irá reconhecer qualquer tipo de acordo que saia das conversações entre Esados Unidos e a Rússia.

Volodymyr Zelenskyy está hoje na Turquia para um encontro com o presidente Recep Tayyip Erdoan.

A reunião no Palácio Diriyah, em Riade, marca mais um passo fundamental da administração Trump para reverter a política dos EUA no isolamento da Rússia e destina-se ainda a preparar o caminho para uma reunião entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente russo, Vladimir Putin.

UE disposta a 'fazer ainda mais'
As conversações atualmente em curso também não incluem qualquer líder ou representante europeu. Foram vários os representantes de países e instituições europeias que se mostraram alarmados por terem sido afastados das conversações potencialmente cruciais para o conflito.

Ontem, vários líderes europeus reuniram-se de emergência em Paris para discutir a situação, nomeadamente o possível envio de tropas de manutenção de paz para a Ucrânia caso se alcance um acordo que coloque fim ao conflito.

O general Keith Kellogg, enviado especial de Trump para a Ucrânia encontrou-se hoje com Ursula von der Leyen.

A presidente da Comissão Europeia terá salientado o papel da UE para garantir a estabilidade financeira e defesa da Ucrânia, reforçando "o compromisso total de de 135 milhões de euros, mais do que qualquer outro aliado", é explicado em comunicado.

No encontro, Von der Leyen "delineou os planos da Europa para aumentar a produção e as despesas com a defesa, reforçando as capacidades militares europeias e ucranianas", sublinhando que o bloco europeu está a "contribuir plenamente para a assistência militar à Ucrânia e está disposta a fazer ainda mais".

A presidente da Comissão Europeia reforçou ainda que qualquer solução de paz deve "respeitar a independência, soberania e integridade territorial da Ucrânia, apoiada por fortes garantias de segurança".

Apesar das intenções europeias em querer participar nas negociações, nem Estados Unidos, nem a Rússia parecem interessados em que tal aconteça.

O general Keith Kellogg disse na segunda-feira que não achava que era “razoável e viável ter todos sentados à mesa”.

“Sabemos como isso pode acabar e esse tem sido o nosso ponto, é mantê-lo limpo e rápido o mais rápido possível ”, afirmou aos repórteres em Bruxelas.

As suas observações foram repetidas pelo ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, quanto a um papel para a Europa. “Não sei o que é que eles têm de fazer à mesa das negociações”, afirmou à chegada à Arábia Saudita para as conversações com responsáveis norte-americanos.

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