MUNDO

Manifestação antifascismo reúne 200 mil em Roma; papa Francisco deu apoio

Evento contou com presença de expoentes do governo

Por JORNAL DO BRASIL
[email protected]

Publicado em 17/10/2021 às 07:24

Alterado em 17/10/2021 às 07:25

O ato começou logo no início da manhã e se estendeu até o fim da tarde (pela hora local) com discursos dos representantes dos sindicatos, de partidos políticos e de organizações civis e religiosas Foto: Angelo Carconi/Ansa

O cortejo e a manifestação contra o fascismo que ocorreram neste sábado (16) em Roma reuniram "cerca de 200 mil pessoas", informou a Confederação Geral Italiana do Trabalho (CGIL), principal sindicato do país e que foi alvo de um ataque do grupo neofascista Força Nova no dia 9 deste mês. As autoridades não fizeram um balanço oficial do público.

O ato começou logo no início da manhã e se estendeu até o fim da tarde (pela hora local) com discursos dos representantes dos sindicatos, de partidos políticos e de organizações civis e religiosas.

O presidente da CGIL, Maurizio Landini, afirmou que "deste primeiro ato, pedimos que o governo faça, com apoio de todo o Parlamento: que as forças que defendem o fascismo e cometem atos violentos devem sejam dissolvidas". "Da solidariedade, deve-se passar à ação concreta", pontuou Landini.

Após o ataque à sede do sindicato pelo Força Nova, duas moções para banir essas organizações foram apresentadas ao Parlamento, sendo que a análise delas deve ocorrer no próximo dia 20. Mas, uma parte dos partidos de direita e extrema-direita da Itália já começa a se movimentar para "esvaziar" os textos.

O ato deste sábado contou com o apoio de outros dois grandes sindicatos italianos, a Confederação Italiana dos Sindicatos dos Trabalhadores (CISL) e a União Italiana do Trabalho (UIL), além dos partidos de esquerda, com destaque para o Partido Democrático, e o populista Movimento 5 Estrelas (M5S).

Um dos políticos que discursou no evento principal, o ex-premiê Giuseppe Conte, que preside o M5S, reafirmou que a manifestação "é uma grande festa da democracia sem cor política". Também estava presente o ministro das Relações Exteriores, Luigi Di Maio.

Já um dos principais líderes ultranacionalistas do país, Matteo Salvini, da Liga, usou suas redes sociais para criticar o que chamou de "ato de campanha eleitoral da esquerda" e dizer que "não há perigo fascista" na Europa.(com agência Ansa)

Papa elogia atos antirracistas e faz comparação com 'bom samaritano'

Em um dos pontos de sua mensagem para o encontro mundial dos movimentos populares neste sábado (16), o papa Francisco elogiou os atos antirracistas que surgiram nos Estados Unidos após a morte de George Floyd.

"Sabem o que vem na minha mente agora, com os movimentos populares, quando penso no Bom Samaritano? Os protestos pela morte de George Floyd. Claro que esse tipo de reação contra a injustiça social, racial ou machista pode ser manipulada ou instrumentalizada por maquinações políticas ou coisas do tipo. Mas, o essencial é que ali, naquela manifestação contra aquela morte, havia o 'samaritano coletivo', que não era nada estúpido", disse aos participantes do encontro.

Para Francisco, as manifestações do Black Lives Matter (Vidas Negras Importam) não tiveram dúvida em agir "quando viram que a ferida da dignidade humana foi atingida por um abuso de poder".

"Os movimentos sociais são, além de poetas sociais, 'samaritanos coletivos'", acrescentou.

Os atos contra do assassinato de George Floyd pelo policial branco Derek Chauvin, no dia 25 de maio de 2020, se espalharam por todos os Estados Unidos e também para outros continentes.

Além de protestar contra a morte, os manifestantes queriam pedir mudanças na polícia e alertar para o racismo estrutural que existe na sociedade. (com agência Ansa)

Tags: