NAS QUADRAS
De caso com a máfia
Por PEDRO RODRIGUES
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Publicado em 25/10/2025 às 12:41
Alterado em 25/10/2025 às 12:41
As apostas levaram figuras importantes da NBA para as páginas policiais Imagem: Pedro Rodrigues/feito com IA
Esta foi a primeira semana da temporada regular da NBA — e nenhum assunto dentro de quadra importa. Tivemos o campeão Oklahoma City Thunder vencendo na estreia o Houston Rockets, de Kevin Durant (125 a 124, depois de duas prorrogações), duas partidas estelares de Steph Curry e uma atuação demolidora de Victor Wembanyama (40 pontos, 15 rebotes e 3 tocos). Nada disso importa. No fim, o maior assunto da nascente temporada regular da NBA é o maior câncer dos eventos esportivos mundiais: as apostas.
Essa doença que corrói os esportes que amamos atacou em cheio a NBA na última quinta-feira (23). Logo nos primeiros horários da manhã, o jogador do Miami Heat, Terry Rozier, e o técnico do Portland Trail Blazers, Chauncey Billups, foram presos por suspeitas de participação em diferentes tipos de apostas. Assim como o câncer, os dois casos atacaram partes diferentes do corpo.
Rozier foi preso porque está sendo formalmente acusado pelo FBI — a peça inteira de acusação está aqui — de dar “dicas” sobre o que aconteceria em pelo menos quatro jogos da temporada 2022/2023. Por exemplo: Rozier avisou que jogaria pouco contra o Charlotte Hornets, partida disputada em 23 de março de 2023. Com apenas nove minutos em quadra, o jogador alegou lesão e saiu da partida. As apostas geraram milhares de dólares para os apostadores que, de acordo com o FBI, dividiram parte dos lucros com o jogador.
Dinheiro, no entanto, não parece ser o problema de Rozier. Seu contrato para esta temporada deveria pagar mais de 24 milhões de dólares. Em sua carreira, “Scary Terry” já recebeu mais de 120 milhões de dólares.
O outro caso não envolve apostas em jogos da NBA, mas joga o nome da Liga em patamares baixíssimos. Valendo-se do status de Hall da Fama, campeão da NBA e técnico de um time da liga, Chauncey Billups, segundo a peça do FBI — leia aqui —, atraía pessoas com alto poder aquisitivo para jogos fraudulentos de pôquer organizados pela Cosa Nostra. Sim, isso mesmo: a máfia italiana. Era o nome da NBA que permitia que o esquema funcionasse tão bem.
Novamente, é importante ressaltar: o câncer da aposta está impregnado no corpo da NBA. Seja nos jogos, seja na imagem.
É uma crise sem precedentes na história da liga porque afeta diretamente a ética e a imagem do esporte. Durante muito tempo, o pêndulo da NBA balançou mais para o entretenimento — e agora a cobrança está vindo. Ao abrir a caixa de Pandora das bets, a NBA e todas as ligas esportivas do mundo convidaram o problema para dentro de casa. Agora, não há mais volta.
Como diz a música “Gates of Babylon”, de Ronnie James Dio:
“Sleep with the devil and then you must pay / Sleep with the devil, the devil will take you away”.
(“Durma com o diabo e então você terá que pagar / Durma com o diabo, o diabo vai te levar embora” – na tradução livre)
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Acompanhe aqui a edição do podcast “Nas Quadras” com Bala na Cesta sobre a crise na NBA.
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Volta ao mundo em 80 dias
A temporada está apenas começando, mas o Flamengo já deu a volta ao mundo. O time foi à Espanha, Cingapura, Brasília e Bauru para sua estreia no NBB (vitória por 102 a 86). Mal chegou e já teve duas partidas em casa:
na terça (21) contra a Unifacisa: vitória por 80 a 70.
na quinta (23) diante do Fortaleza BC: vitória por 102 a 73.
O controle da minutagem será fundamental para o time rubro-negro chegar inteiro aos playoffs.
Sergio 'Oveja' Hernández comenta sobre a quantidade de jogos e a minutagem dos jogadores: