NAS QUADRAS

Chegou a hora!

Por PEDRO RODRIGUES
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Publicado em 18/10/2025 às 10:01

Alterado em 18/10/2025 às 16:02

Os representantes dos 20 clubes perfilados no palco no evento de abertura do NBB Foto: Fabrício Miguel/LNB

Foram 105 dias desde a última partida — o jogo 4 da final entre KTO Minas e o tetracampeão Sesi-Franca — até a chegada da 18ª edição do Novo Basquete Brasil. Neste sábado (18), às 16h, começa oficialmente o NBB 18, com a partida entre Vasco da Gama e Fortaleza, no ginásio de São Januário.

Todo ano repetimos a frase: “Este é o maior NBB de todos os tempos”. Desta vez, ela é literal. Com 20 equipes participantes — um recorde — o campeonato atinge sua maior dimensão. Para quem acompanha este espaço, há certa preocupação com esse ponto (relembre aqui).

Por um lado, o aumento mostra o interesse dos clubes em fazer parte do NBB. Por outro, levanta dúvidas sobre o impacto no produto: mais jogos significam maior desgaste de atletas, árbitros e, por que não dizer, do próprio público.

Ainda assim, é inegável que este é o NBB mais “tranquilo” dos últimos dez anos. Sem a sombra dos antigos imbróglios entre Liga Nacional de Basquete e Confederação Brasileira de Basquete, o campeonato navega em mares serenos e céu de brigadeiro nos bastidores.

Com a união aparente com a CBB e boa parte da seleção brasileira atuando no país, a Liga fez uma bela campanha institucional, reforçando a mensagem de que o NBB é parte do nosso basquete. Do Brasil. Seja nas capitais, nas cidades médias ou pequenas, o NBB é para e dos brasileiros.

Agora é hora de ir aos ginásios — ou acompanhar pela TV, pelo smartphone, ou do jeito que der — o maior NBB da história. Aproveitem.

Campanha 'Nossa terra tem Basquete'


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Quem para o Sesi-Franca?


Lucas Dias é o grande nome do Franca e do NBB Foto: João Pires/LNB

 

A 18ª edição do NBB traz histórias fascinantes — como a última temporada do craque Shamell (maior pontuador da história da liga) e a volta de Gustavo de Conti ao comando de um time.

Mas, sem sombra de dúvida, a grande história será: quem pode parar o Sesi-Franca?

A dinastia francana parece caminhar para um inédito pentacampeonato, e ainda por cima com certa folga. Mesmo após perder talentos como o ala Didi e o pivô Wesley, o time de Lucas Dias e Georginho se reforçou muito bem com Rafael Mineiro (ex-Minas), Cordero Bennett (ex-São Paulo) e o retorno do pivô Cristiano Felício, que estava no Japão. É um timaço.

No cenário atual, só um desastre de proporções bíblicas — como uma sequência de lesões ou saídas em massa — parece capaz de tirar o título de Franca.
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O desafiante


O Flamengo vai precisar muito do armador Alexey Borges Foto: divulgação

O maior desafiante do poderoso Franca é o Flamengo. O técnico Sergio “Oveja” Hernandez teve muito trabalho neste início de temporada, entre sustos com lesões e remontagens urgentes de um elenco cercado de expectativas.

Esta é sua primeira temporada completa no comando rubro-negro. A primeira impressão foi boa — o Fla teve excelente desempenho na BCLA passada e levou Franca ao limite no Jogo 5 da semifinal do NBB 17.

O plano era fortalecer a base da equipe e desafiar o campeão. No entanto, a fundação balançou com a perda do pivô Ruan Miranda, lesionado no joelho durante a AmeriCup — e fora por toda a temporada.

Cabe agora ao astro e motor do time, o armador Alexey Borges, ditar o ritmo do Flamengo. Para ajudar, o clube foi ao mercado e contratou Franco Baralle, ex-Minas. Azar: o argentino sofreu um acidente logo após chegar à Gávea e só deve voltar em 2026.

Um detalhe importante: se o Flamengo não vencer o NBB, a temporada poderá ser vista como um fracasso. Mesmo que conquiste novamente a Copa Super 8 ou a BCLA, o incômodo da torcida com o jejum no campeonato nacional é evidente. O último título foi em 2021, e a pressão natural da Gávea já está no ar.
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Minas e outros destaques
O Minas desceu um degrau nesta temporada. O time teve a chance de desbancar Franca na final passada, mas falhou em casa. Agora, perdeu peças importantes — como Rafael Mineiro (para Franca) e Franco Baralle (para o Flamengo).

A chegada de Ricardo Fischer (ex-São Paulo) é a resposta da diretoria na busca por um jogador decisivo. Fischer vem de bons playoffs após temporadas conturbadas no time paulista. Quem sabe, em um ambiente mais estável, não viva uma temporada surpreendente? A conferir.


Foto 4: Dedé Barbosa comanda o Brasilia Foto: LNB

Olho vivo no Brasília!
O Brasília do técnico Dedé Barbosa entra em seu terceiro ano de reconstrução — uma que nem Sam Presti, do Oklahoma City Thunder, imaginaria.

Seu grande jogador, Daniel Von Haydin, continua, e nomes experientes como Kevin Crescenzi (ex-Paulistano) e Paulichi (ex-Vasco) podem fazer a torcida local voltar a sonhar com os bons tempos das primeiras edições do NBB.
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O NBB na maioridade
O NBB chega à maioridade com desafios enormes dentro e fora de quadra. Em quadra, paira a dúvida sobre o impacto do aumento de clubes; fora dela, a questão é se a liga consegue não apenas furar sua bolha, mas criar novas.

O que sabemos é que o NBB 18 chegou prometendo muito.

Bom NBB a todos!

 

Escute aqui os palpites completos na edição do Podcast “Nas Quadras”.

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