NAS QUADRAS

‘O Brasil tem quatro seleções prontas!’

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Por PEDRO RODRIGUES
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Publicado em 03/08/2025 às 11:15

Alterado em 03/08/2025 às 11:21

O técnico da seleção brasileira de basquete masculina, Aleksandar Petrovic, concede entrevista na sede da CBB Foto: Pedro Rodrigues

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Aleksandar “Aço” Petrovic começou a entrevista coletiva ocorrida na última sexta-feira(1), na bela sede da Confederação Brasileira de Basquete - CBB, no Rio de Janeiro, pedindo desculpas a todos, já que não fala o português há algum tempo. “Estou um pouco enferrujado com algumas palavras “da portuguesas”, disse Petrovic na sua introdução, antes de abrir para as perguntas. Apesar do aviso sobre seu domínio da língua portuguesa (muito bom, por sinal), não foi preciso nenhum tradutor para entender claramente a mensagem que o técnico queria passar: vivemos um novo e bom tempo na seleção brasileira.

Esses bons ventos, trazidos por resultados importante em competições como a Universíade (leia mais aqui) e na recente excursão pela China (leia mais aqui) têm tudo para se confirmar na competição mais importante desse semestre para a seleção masculina: A AmericaCup 2025.

A poucos dias da estreia da seleção brasileira na competição, no dia 23 de agosto, sábado, na Nicarágua, o treinador exaltou a evolução estrutural do esporte no país e reforçou a aposta em jovens talentos, garantindo que o Brasil chega forte ao torneio continental.

“Quando cheguei em 2017, nossa realidade era outra. Tínhamos um grupo envelhecido e quase nenhuma renovação. Hoje, temos quatro seleções ativas neste ciclo de inverno, com mais de 45 jogadores envolvidos em torneios diferentes. Isso nunca aconteceu antes”, destacou Petrovic. “É mérito da CBB, do trabalho do Guy Peixoto (presidente da CBB de 2017 a março de 2025), do Marcelo (Souza - atual presidente da confederação) e de todos que ajudaram a criar essa estrutura”.

O treinador vê a AmeriCup 2025 como um ponto de partida para o próximo ciclo olímpico, mas reitera que o objetivo já é ambicioso. “Não colocamos limite. Vamos, dia após dia, colocando tudo o que temos em quadra. Estou convencido de que o Brasil está pronto para fazer um grande torneio”.
Os jogos da seleção na Americup 2025 serão transmitidos pela ESPN.

Sistema acima do talento individual
Para Petrovic, a chave do sucesso está no sistema coletivo e no comprometimento defensivo. “A maior estrela do nosso time é o sistema. Não vencemos só com jogadas de efeito ou talentos individuais. Ganhamos quando defendemos juntos, quando pressionamos a bola, ocupamos as linhas de passe e criamos confiança a partir da defesa”, afirmou.

Ele citou como exemplo a seleção universitária brasileira, campeã recentemente dos Jogos Mundiais: “Eles ganharam a medalha de ouro com defesa forte e pressão em quadra inteira. Esse é o modelo”. O time comandado por Fernando Pereira, o Fernandinho - auxiliar técnico do Flamengo, venceu os Estados Unidos na final por 94 a 88, em uma partida que tirou 26 pontos de vantagem do adversário.

Veja nosso papo com Fernandinho

 

O treinador também reforçou que a seleção já tem identidade tática consolidada. “Não vamos mudar muito. Todos que estão aqui passaram por janelas, mundiais, pré-olímpicos. Já conhecem nosso estilo”.
Na armação, o técnico confirma Iago como titular absoluto e aposta em Alexey (Flamengo), que terá mais protagonismo após boa temporada no Flamengo. “É hora do Alexey assumir a responsabilidade. Ele está pronto”.

Uma boa notícia trazida pelo Croata foi a volta do armador Raulzinho, que se prepara para a temporada europeia com o Burgos. “Estamos em contato constante. Ele deve voltar à seleção na janela de novembro”, explicou o treinador.

Preparação e adversários na AmeriCup
O Brasil fará amistosos no Panamá contra Uruguai, Argentina e a equipe da casa antes de estrear na AmeriCup, sediada na Nicarágua. No Grupo B, a seleção enfrentará Uruguai, Bahamas e Estados Unidos.

“O Uruguai virá com a base da última janela e com Bruno Fitipaldo. Bahamas mudou totalmente e não terá mais jogadores da NBA. E os Estados Unidos, como sempre, ainda são uma incógnita”, analisou.
Sobre os principais concorrentes, Petrovic citou: “Podemos ter seis ou sete equipes brigando por medalhas: Estados Unidos, Canadá, Argentina, República Dominicana, Porto Rico... Temos que respeitar todas, mas também sabemos do nosso potencial”.

Para concluir, o técnico reafirmou seu otimismo com o futuro do basquete nacional. “Hoje temos não só jogadores, mas também técnicos crescendo. O Brasil está mudando de mentalidade e tem tudo para subir mais um degrau. Agora é colocar tudo em quadra”.

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