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People Analytics deixa de ser promessa e entra na agenda estratégica do RH
Por NEGÓCIOS & TENDÊNCIAS
Publicado em 23/07/2025 às 19:43
Alterado em 23/07/2025 às 19:45

Até pouco tempo, falar em dados no RH soava como algo futurista, ou exclusivo de multinacionais com orçamentos robustos e times de TI dedicados. Mas esse cenário começa a mudar. A análise inteligente de informações sobre colaboradores, conhecida como People Analytics, tem ganhado espaço em empresas de médio porte e se consolida como uma das principais tendências da nova gestão de pessoas.
Em um contexto onde eficiência, retenção e previsibilidade se tornaram prioridades, o People Analytics surge como resposta direta à crise do “achismo corporativo”. Ao cruzar dados de desempenho, engajamento, clima e produtividade, o RH deixa de operar na base da intuição e passa a atuar com base em fatos.
“People Analytics é a tecnologia que dá musculatura ao RH. Com ela, o setor deixa de apenas executar políticas e passa a desenhá-las com mais precisão e relevância”, afirma Tiago Santos, vice-presidente de Comunidade e Crescimento da Sesame HR.
Da retórica à prática: como o RH está incorporando dados à rotina
Durante anos, o discurso sobre dados no RH ficou no plano das promessas. Mas a evolução das ferramentas, agora mais acessíveis, intuitivas e conectadas, tem mudado esse cenário. A coleta de informações já não depende de múltiplas planilhas ou softwares isolados. Com plataformas integradas, é possível monitorar, cruzar e visualizar dados em tempo real.
Segundo um estudo da PwC, 60% das empresas brasileiras pretendem investir em People Analytics até 2025. A aceleração do trabalho híbrido, os desafios de retenção e a pressão por decisões rápidas são os principais vetores desse movimento.
Três usos práticos que colocam People Analytics no centro da estratégia
Não se trata apenas de medir. O diferencial está em transformar dados brutos em decisões acionáveis. A seguir, veja como o People Analytics tem sido aplicado no RH de empresas em expansão.
Risco de turnover previsto com semanas de antecedência
Ao combinar históricos de jornada, faltas, feedbacks e engajamento, as ferramentas conseguem sinalizar colaboradores com maior probabilidade de pedir desligamento. O RH ganha tempo para agir e evita surpresas.
Promoções e demissões mais justas
Com dados estruturados sobre entregas, metas e comportamentos, decisões antes influenciadas por percepções pessoais passam a ser embasadas por indicadores objetivos. Isso fortalece a credibilidade interna e reduz conflitos silenciosos.
Engajamento com termômetro real
É possível medir o impacto de mudanças de liderança, ações de endomarketing ou campanhas de reconhecimento em tempo real. O RH deixa de operar no escuro e começa a ajustar suas iniciativas com agilidade e precisão.
“Os dados não substituem a escuta, mas ampliam o alcance do que o RH consegue enxergar. People Analytics é visão de longo prazo aplicada ao dia a dia”, reforça Tiago Santos.
Plataformas inteligentes ampliam o acesso a essa tendência
Um dos fatores que explicam o crescimento do People Analytics nas empresas médias é a nova geração de softwares de RH, mais acessíveis, com interfaces simples e recursos de análise embarcados.
Entre essas soluções está a Sesame HR, que oferece painéis interativos com dados sobre jornada, desempenho, clima e engajamento. A plataforma permite que o gestor visualize padrões, receba alertas inteligentes e tome decisões sem depender de planilhas ou relatórios manuais.
Além disso, a centralização dos dados em um único sistema facilita o cruzamento de informações e elimina ruídos entre departamentos. O RH, que antes precisava reunir dados dispersos, agora trabalha com consistência e velocidade.
Dados viram critério de decisão e o RH entra no jogo
O avanço do People Analytics sinaliza algo maior do que uma simples adoção tecnológica. Trata-se de uma mudança de mentalidade na cultura de gestão. As empresas que colocam dados no centro das decisões de RH não apenas ganham eficiência: constroem coerência. Tornam-se ambientes mais transparentes, menos impulsivos e mais preparados para decisões difíceis.
“A era do ‘eu acho’ está ficando para trás. O RH que se apoia em dados ganha voz, ganha confiança da liderança e passa a ocupar um lugar real nas decisões do negócio”, diz Tiago Santos.
No fim das contas, People Analytics não é sobre tecnologia. É sobre lucidez. E num mundo corporativo em que cada decisão custa tempo, dinheiro ou gente, saber com precisão o que está acontecendo é mais que um diferencial, uma forma de liderança.