CRIPTOMOEDAS

Contratos Futuros Bitcoin da Bovespa: Diferenças em relação a ETFs

Por INFORME ECONÔMICO
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Publicado em 22/04/2024 às 08:05

Alterado em 30/04/2024 às 07:24

A habilidade de prever a flutuação das criptomoedas é essencial para investir nos novos tipos de ativos Foto: Unsplash

Pelos corredores da Bolsa de Valores de São Paulo, o assunto da semana são os contratos futuros de Bitcoin que começaram a ser negociados na quarta-feira, último dia 17. Esses ativos são os primeiros do tipo a serem negociados no principal balcão de negócios financeiros do Brasil.

Eles chegam para complementar outros ativos relacionados a criptomoedas que a Bovespa tem anunciado nos últimos meses. Outro anúncio, um pouco mais antigo, foram os ETFS da Bovespa, que chegaram aqui em meados de 2021. No entanto, vale destacar que existem diferenças essenciais entre os Contratos Futuros que chegam agora e os ETFS, que estão há 3 anos.

A única coisa que os dois têm em comum é que são espécies de investimentos indiretos em criptomoedas. Para comprar criptomoedas o investidor precisa de uma corretora especializada no ativo. Nessas corretoras ele encontra uma lista de várias criptomoedas disponíveis para negociar e tomar posições conforme as suas expectativas de flutuação positiva no futuro. Há uma infinidade de possibilidades disponíveis e a escolha só recai sobre o investidor.

Como funciona um Contrato Futuro de Bitcoin
Os contratos futuros, como o próprio nome já diz, são acordos que duas partes fazem em relação à compra ou venda de determinado ativo em um momento no futuro. Basicamente, nesse tipo de negociação, as partes estabelecem um preço de compra ou venda, dias ou semanas antes. Ao chegar na data determinada, a negociação previamente estabelecida é efetivada.

Para negociar um Contrato Futuro de Compra que seja lucrativo, o negociante encontra um ativo que, no futuro, terá um valor maior do que no presente. Com isso, ao fazer o contato de compra, estabelece um valor menor do que esse mesmo ativo terá no futuro. Quando chegar o dia para a efetivação do contrato, estará comprando um ativo por um preço menor do que ele realmente vale.

No caso dos Contratos Futuro de Bitcoin que chegam a Bovespa agora em abril de 2024, o ativo a ser especulado é o Bitcoin. Assim, vamos supor que faremos uma posição em um Contrato Futuro de Bitcoin. Sabemos que, hoje, o Bitcoin vale por volta dos R$327 mil.

Em nossa negociação hipotética, que será efetivada daqui a 30 dias, combinamos em pagar R$330 mil pelo mesmo Bitcoin. A expectativa é de que as criptomoedas cresçam, para vislumbrarmos o lucro.

Passado os 30 dias, para a nossa surpresa, a Bitcoin está valendo R$340 mil. Como o nosso acordo inicial era de pagar R$330 mil, teremos um lucro de R$10 mil em razão do valor pago e o valor de fato das criptomoedas.

ETFS funcionam com base no índice
Já as ETFS (Exchange Traded Fund) são ativos listados nas Bolsas de Valores que negociam um determinado grupo de outros ativos, também listados na Bolsa de Valores. Um exemplo é o Ibovespa, índice que soma todas as ações listados na Bola de Valores de São Paulo.

Vamos pegar como exemplo um dos ETFs mais populares no Brasil, o Nasdaq Crypto Index (NCI). Esse ETF é composto por um grupo de 9 criptomoedas, atualmente: Bitcoin, Ethereum, Litecoin, Bitcoin Cash, Polkadot, Chainlink, Stellar, Uniswap e Ethereum Classic.

Imaginemos que o ETF da NCI é uma pizza congelada de nove sabores. Ao comprar essa pizza, cada sabor tem um valor de mercado, calculado pela demanda. O sabor Bitcoin pode estar mais valorizado do que o sabor Polka Dot, por exemplo. Mas todos estão dentro da sua pizza, o que faz dela igualmente valorizada.

Assim, independentemente de qual dos sabores se valorizem, toda a sua pizza vai se valorizar. No entanto, o contrário também se aplica. Se um dos sabores se desvalorizar, todo o valor da pizza cai.

Trazendo a analogia para o caso das criptomoedas, os ETFs voltados para esses ativos selecionam aquelas que, segundo os administradores, devem se valorizar. Se houver valorização, todos os donos do ETFs lucram com isso.

Qual vale mais a pena: ETFs ou Contratos Futuros?
Como vimos, ambos ativos são totalmente distintos, apesar de serem complementares. Há ativos de ETFs que se baseiam em Contratos Futuros, e Contratos Futuros lastreados em ETFs. No entanto, a natureza de ambos é diversa e são indicados para vários tipos de operações.

Os que preferem Contatos Futuros estão mais acostumados com análises de gráficos e prospecção de resultados futuros, enquanto os investidores de ETFs estão mais acostumados a lidar com os índices. Nenhum deles, vale destacar, é um investimento direto em criptomoedas, mas uma aposta intermediada pela BOVESPA e outras Bolsas de Valores, a respeito da valorização desses ativos.

Independentemente do seu tipo, a melhor estratégia sempre é diversificar seu portfólio. Uma parte em ETFs, outra parte em Contratos Futuros e também uma parte em compra de criptomoedas de forma direta. Assim, o investidor estará amparado em todos os cenários possíveis de uma forma completa.