ECONOMIA
Haddad afirma que o ‘Brasil deixar o Mapa da Fome é a melhor notícia de todas’, e avisa: ‘vamos perseguir uma nova meta’
Por ECONOMIA JB com Brasil 247
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Publicado em 29/07/2025 às 07:40
Alterado em 29/07/2025 às 07:40

Por Leonardo Lucena - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou nesta segunda-feira (28) a importância de o Brasil sair do Mapa da Fome. De acordo com ele, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai “perseguir a meta de chegar ao final de 2026 com cada família bem alimentada, empregada”.
“É a melhor notícia de todas as notícias. Assumimos com 33 milhões de brasileiros e brasileiras passando fome. O ano que vem vai ser ainda melhor para este indicador”, afirmou Haddad em evento no Palácio do Planalto, em Brasília (DF).
O país está abaixo do patamar de 2,5% da população em risco de subnutrição ou de falta de acesso à alimentação suficiente, de acordo com relatório apresentado nesta segunda-feira (28) durante a 2ª Cúpula de Sistemas Alimentares da Organização das Nações Unidas (ONU) (UNFSS+4), na Etiópia, revela que o Brasil está novamente fora do Mapa da Fome.
Segundo dados da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), o percentual de pessoas que passaram fome ficou em 3,4% no triênio encerrado em 2021 e aumentou para 4,2% no período até 2022. Caiu para 3,9% em 2023. O número significa que 8,4 milhões de pessoas passaram fome no Brasil no período.
As porcentagens continuaram diminuindo, neste terceiro mandato de Lula. Quando o índice fica abaixo de 2,5% os números absolutos não são informados, apontou a ONU.
O indicador Prevalência de Subnutrição (Prevalence of undernourishment – PoU) é o índice utilizado na construção do Mapa da Fome. O PoU é calculado a partir de três variáveis:
- quantidade de alimentos disponíveis no país, considerando produção interna, importação e exportação;
- o consumo de alimentos pela população, considerando as diferenças de capacidade de aquisição (a renda);
a quantidade adequada de calorias/dia, definida para um indivíduo médio representativo da população.
Salário mínimo, economia, emprego e renda
Alguns fatores ajudam a explicar por que o Brasil saiu do Mapa da Fome. No ano passado, o presidente Lula assinou o decreto que fixa o novo salário mínimo para 2025 em R$ 1.518,00, o que representou aumento de 7,5% em comparação ao salário mínimo vigente em 2024 — ou seja, um acréscimo de R$ 106,00. O valor foi definido com base na nova legislação aprovada por Lula, que estabelece que o reajuste do salário mínimo entre 2025 e 2030 será limitado a 2,5% acima da inflação.
Quanto ao desempenho da economia, o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro avançou 3,4% em 2024 em relação ao ano anterior, de acordo com o IBGE. O setor de Serviços cresceu 3,7%, seguido pela Indústria, com alta de 3,3%, enquanto a Agropecuária registrou retração de 3,2%. Em 2023, o PIB já havia crescido 2,9% frente a 2022, com crescimento de 15,1% na Agropecuária, 1,6% na Indústria e 2,4% nos Serviços, publicada em 27 de junho, revelou que a taxa de desocupação atingiu 6,2% no trimestre encerrado em maio de 2024 — o menor índice registrado para esse período desde o início da série histórica.
O Brasil fechou o primeiro trimestre de 2025 com taxa de desocupação de 7%, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, O recorde anterior era de 2014, quando a taxa de desocupação no período marcou 7,2%. Em 2024, o índice era de 7,9%.
Em relação à desigualdade de renda, o Brasil atingiu, em 2024, o menor nível de disparidade entre ricos e pobres desde 2012, conforme a Pnad Contínua. Segundo o IBGE, os 10% da população com os rendimentos mais altos ganhavam, em média, 13,4 vezes mais do que os 40% com os menores rendimentos. Embora o desequilíbrio ainda seja expressivo, trata-se do menor nível já observado desde o início da série histórica da pesquisa, em 2012.
Em valores médios, os 10% mais ricos receberam R$ 8.034, e os 40% mais pobres tiveram rendimento médio de R$ 601. O contraste é ainda maior ao se analisar o 1% mais rico da população - o rendimento médio em 2024 foi de R$ 21.767 - valor 36,2 vezes superior ao dos 40% com menor renda. Houve avanço em relação a 2023, quando a diferença era de 39,2 vezes.