ECONOMIA
Petrobras tem lucro de US$ 35,2 bilhões no 1º trimestre, aumento de 48,6% em relação ao 4º trimestre de 24
Por GILBERTO MENEZES CÔRTES
[email protected]
Publicado em 12/05/2025 às 19:23
Alterado em 12/05/2025 às 19:53

Num período de grande turbulência do dólar, a Petrobras revelou hoje ter tido lucro líquido de R$ 35,2 bilhões no primeiro trimestre de 2025, um aumento de 48,6% em comparação aos R$ 27,7 bilhões apurados no mesmo período do ano passado. Em dólar, o resultado foi de US$ 4 bilhões, com aumento de 31% sobre os US$ 3,1 bilhões do 4º trimestre de 2024. A companhia aprovou a distribuição de R$ 11,72 bilhões em dividendos, uma redução de 12,86% sobre o mesmo trimestre do ano passado
No período, o preço médio do barril de petróleo do tipo Brent ficou em US$ 75,7, um pouco acima dos US$ 74,7 do trimestre anterior, mas o dólar médio deu ligeiro alívio à companhia, baixando de R$ 6,2 para R$ 5,7. O endividamento bruto da companhia chegou a US$ 64,5 bilhões (US$ 60,3 bilhões na média de 2024) e a dívida liquida alcançou US$ 56 bilhões (US$ 52,2 bilhões na média de 2024).
O Ebitda líquido, sem descontos ajustados, atingiu US$ 10,7 bilhões, com crescimento de 8%, segundo o diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores, Fernando Melgarejo. O Fluxo de Caixa Operacional (FCO) foi de R$ 49,3 bilhões (US$ 8,5 bilhões). O FCO representa a geração de caixa da companhia a partir de suas operações e é uma métrica fundamental para avaliação do desempenho de uma empresa.
Os investimentos atingiram R$ 23,7 bilhões (US$ 4,1 bilhões), concentrados em projetos do pré-sal nos campos de Búzios e Atapu.
A presidente, Magda Chambriard, destacou: “Iniciamos o ano de 2025 com resultados operacionais e financeiros robustos, que refletem a capacidade técnica da Petrobras em superar desafios e gerar valor para a sociedade brasileira. Aumentamos a nossa produção em 5,4% em relação ao último trimestre de 2024 e assim alcançamos um caixa de US$ 8,5 bilhões com as nossas operações, que nos permite investir para continuar gerando valor e remunerar os nossos acionistas”.
O resultado financeiro foi impactado positivamente pela valorização de 7% do câmbio (real x dólar) no final do trimestre. Desconsiderando este impacto da variação cambial e de outros eventos exclusivos no trimestre, o lucro líquido apurado no período foi de R$ 23,7 bilhões (US$ 4 bilhões), 31% maior em relação ao 4º trimestre de 2024.
A melhora do resultado reflete principalmente o aumento nos volumes de petróleo produzido e comercializado, além do cenário externo mais favorável caracterizado pelo aumento na margem do óleo diesel, o principal produto vendido pela companhia.
A Petrobras retornou à sociedade R$ 65,7 bilhões pagos em tributos no período. Foram aprovados R$ 11,72 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio relacionados ao resultado do primeiro trimestre de 2025.
Dividendos em queda
O Conselho de Administração (CA) da Petrobras, em reunião realizada nesta segunda-feira (12), aprovou o pagamento de dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) intercalares no valor de R$ 11,72 bilhões, equivalente a R$ 0,90916619 por ação ordinária e preferencial em circulação, como antecipação da remuneração aos acionistas relativa ao exercício de 2025, declarada com base no balanço de 31 de março de 2025. O valor representa queda de 12,86% frente aos R$ 13,45 bilhões distribuídos no primeiro trimestre de 2024.
O pagamento proposto está alinhado à Política de Remuneração aos Acionistas vigente, que prevê que, em caso de endividamento bruto igual ou inferior ao nível máximo de endividamento definido no plano de negócios em vigor (atualmente US$ 75 bilhões), e observadas as demais condições da política, a Petrobras deverá distribuir aos seus acionistas 45% do fluxo de caixa livre. Segundo a estatal, “esta distribuição é compatível com a sustentabilidade financeira da companhia”.
Os proventos serão pagos em duas parcelas nos meses de agosto e setembro de 2025, da seguinte forma:
Valor a ser pago: R$ 0,90916619 por ação ordinária e preferencial em circulação, sendo que: a primeira parcela, no valor de R$ 0,45458310 por ação ordinária e preferencial em circulação, será paga em 20 de agosto de 2025, integralmente sob a forma de juros sobre capital próprio; a segunda parcela, no valor de R$ 0,45458309 por ação ordinária e preferencial em circulação, será paga em 22 de setembro de 2025, sendo R$ 0,30844749 sob a forma de dividendos e R$ 0,14613560 sob a forma de juros sobre capital próprio.