ECONOMIA

Itaú Unibanco lucra R$ 11,128 bilhões no 1º trimestre; ganho no Brasil supera o do Bradesco e do Santander

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Por GILBERTO MENEZES CÔRTES
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Publicado em 08/05/2025 às 19:39

Alterado em 08/05/2025 às 19:40

Agência do banco Itaú Foto: Sindicato dos Bancários

No primeiro trimestre de 2025, o resultado recorrente gerencial do Itaú Unibanco (holding) alcançou R$ 11,128 bilhões, com aumento trimestral de 2,2%. Em relação ao primeiro trimestre de 2024, houve crescimento de 13,9%. O retorno recorrente gerencial sobre o patrimônio líquido foi de 22,5% no consolidado e de 23,7% nas operações no Brasil. O Itaú chama a atenção para “o crescimento de 16,1% do resultado antes de impostos”. 

O resultado do Itaú Unibanco Holding engloba operações no Brasil e da América Latina. No Brasil, onde o grupo emprega 86 mil pessoas, o lucro recorrente gerencial foi de R$ 10,452 bilhões (93,9% do total), com aumento de 1,15% no trimestre e de 14,7% frente a igual período de 2024. A título de comparação, superou a soma do lucro do Bradesco (R$ 5,466 bilhões) e do Santander (R$ 3,861 bilhões), ou seja, R$ 9,327 bilhões. Na América Latina o lucro recorrente gerencial foi de R$ 676 milhões (6,1% do total). 

A carteira de crédito recuou 1,7% no consolidado e 0,8% no Brasil no trimestre, enquanto os crescimentos anuais foram de 13,2% e 12,3%, respectivamente. Excluindo o efeito da variação cambial das carteiras de Médias, Grandes Empresas e América Latina, a carteira consolidada teria permanecido praticamente estável no trimestre. 

A carteira de pessoas físicas foi impactada pela sazonalidade típica do primeiro trimestre, com redução de 2,3% em cartão de crédito e crescimento de 2,2% em crédito pessoal. 

Na comparação trimestral, a margem financeira com clientes cresceu 3,2%. Esse aumento ocorreu por conta do maior volume médio da carteira de crédito, do melhor mix de produtos, além da maior margem com capital de giro próprio, e foram parcialmente compensados pela menor quantidade de dias do primeiro trimestre. O custo do crédito apresentou um aumento na comparação trimestral de 3,8%, em função da menor receita com recuperação de crédito.  

Inadimplência cai em pessoas físicas 

O índice de inadimplência acima de 90 dias consolidado, incluindo títulos e valores mobiliários, reduziu 0,1 p.p. e atingiu 1,9%. O indicador de pessoas físicas reduziu 0,2 p.p. e atingiu 3,6%, o menor patamar da história. O indicador de micro, pequenas e médias empresas ficou em 1,6% ao final do trimestre, redução de 0,1 p.p. 

O índice de inadimplência entre 15 e 90 dias, incluindo títulos e valores mobiliários, aumentou 0,2 p.p. e fechou o trimestre em 1,8%. Esse aumento ocorreu principalmente pela sazonalidade típica do primeiro trimestre, que elevou em 0,3 p.p. o indicador de pessoas físicas, que terminou o período em 3,1%. 

Receitas de serviços 

As receitas de serviços e seguros reduziram 3,3%, principalmente em receitas com administração de recursos, pois houve reconhecimento de performance “fee” no trimestre anterior. Além disso, houve redução nas receitas de emissão de cartões e de pagamentos e recebimentos (que incluem adquirência) “por conta da sazonalidade do primeiro trimestre que levaram à redução dos volumes transacionados”, justifica o Itaú. 

Segundo o Itaú, a implantação da Resolução 4.966 trouxe impacto negativo nas tarifas de operações de crédito, pois passaram a ser diferidas e anteriormente eram reconhecidas no momento da contratação. 

O Itaú Unibanco segrega suas operações em três unidades. O Varejo lucrou R$ 4,286 bilhões, com aumento de 2,2% no trimestre e de 13,4% frente ao primeiro trimestre de 2024. O Atacado, que engloba operações na AL, lucrou R$ 5,680 bilhões, com avanço de 3% no trimestre e de 15,7% frente março de 2024. E as atividades corporativas e de tesouraria sofreram o impacto da nova regra de computação de despesas pela resolução 4,966 e o lucro líquido recorrente foi de apenas R$ 1,206 bilhão, com queda de 14,6% no trimestre e aumento de apenas 2,3% frente a março do ano passado. 

As despesas não decorrentes de juros são sazonalmente menores no 1º trimestre e reduziram 5,5% na comparação trimestral. O resultado recorrente gerencial apresentou crescimento de 13,9%, enquanto o retorno recorrente gerencial foi 0,6 p.p. maior, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Merece destaque o crescimento de 16,1% do resultado antes de impostos. 

A margem financeira com clientes cresceu 13,9% na comparação anual, por conta do crescimento da carteira, da maior margem com passivos e da maior remuneração do capital de giro próprio.

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