
TOM LEÃO
‘Confinado’: uma história, três filmes
Publicado em 30/05/2025 às 06:02
Alterado em 30/05/2025 às 11:22

Entrou em cartaz no Brasil esta semana ‘Confinado’ (‘Locked’), com Bill Skarsgård (‘It’) e Anthony Hopkins. Despido de próteses e camadas de maquiagem (como costuma aparecer em seus filmes recentes, como no remake de ‘O corvo’), em ‘Confinado’, Skarsgård faz um homem comum: um jovem pai que, penando para pagar as contas, acredita encontrar uma saída fácil no roubo de uma SUV aparentemente abandonada, num beco de Los Angeles. Mas, para seu azar, o carro não era a solução dos seus problemas, e sim o início de todos eles. Isso porque o veículo pertence a William (Hopkins), uma figura misteriosa que, determinada a punir o protagonista por sua audácia, faz do seu carro uma verdadeira prisão sobre rodas.
Praticamente um filme de um ator só, e passado num mesmo ambiente (o carro se revela uma sofisticada armadilha, que não apenas prende o ladrão como é controlado à distancia por seu dono, que pratica todo tipo de tortura ao confinado), o confinamento do personagem de Skarsgard representou um desafio à parte: por um lado pelas demandas físicas de gravar em um espaço tão restrito como um carro, e por ser uma experiência essencialmente solitária.
"Era só eu e a câmera por boa parte do filme. E foi estranho estar sozinho durante tanto tempo", explica o ator.
'Confinado' é refilmagem do argentino '4x4' (2019, disponível nos streamings Max e Prime Video), que é bem melhor e mais enxuto em sua narrativa do que a versão americana -- porque não usa de recursos baratos para tentar dar alguma qualidade humana ao ladrão e apelar para a solidariedade da platéia (o filme americano enfia uma criança, filha do ladrão, para justificar os atos do camarada, e tira um pouco o foco da trama principal). Antes da versão em inglês, o original argentino teve uma refilmagem brasileira, 'A jaula' (2023, disponível no Disney+), que foi feita ao pé da letra do argentino, que foca mais num fundo político e social, comum aos dois países.
Curiosidade: um ano depois da versão brasileira, aconteceu um fato semelhante aos narrados no filme, em São Paulo, quando um ladrão ficou preso dentro de um carro de luxo preparado como uma armadilha! Será que foi inspirado pelo próprio filme?
STREAMINGS+
*A Justiça brasileira ordenou que o Prime Video não exiba mais anúncios para assinantes antigos do streaming da Amazon, além de manter o valor original da assinatura em R$19,90. Resta saber como será isso quando a Netflix passar a cobrar aqui por assinaturas com ou sem anúncios. O Disney+ o faz, mas somente para novos assinantes que optam pelo valor mais baixo ou que assinam o serviço através do Mercado Livre.
*Enquanto isso, Apple informou que tem um prejuízo anual de US$1 bilhão de dólares com seu serviço de streaming! Pelo menos, fica claro onde eles enfiam o dinheiro: séries e filmes muito bem produzidos, com alto padrão de qualidade.
*Aliás, você já parou para contar quantos serviços de streaming temos no Brasil? Entre pagos e gratuitos, temos: Disney+, Prime Video, AppleTV+, Netflix, Paramount+, Max, Globoplay, Plex, Crunchyroll, Mubi, Belas Artes a la Carte, MGM+, Reserva Imovision, Adrenalina Pura, Filmow, Runtime, Universal+, Cultpix, Filmbox+, Love Nature, Looke, Pluto TV, Filmzie, Gospel Play, ClaroTV+, Oldflix, Darkflix, Netmovies, Revry, Itau Cultural Play, Curta Doc, Magellan TV, e mais. Muitos existem dentro de streamings maiores, como assinaturas à parte. Outros, em apps gratuitos, em smartvs ou acessíveis via PCs e celulares.
*Para surpresa de absolutamente ninguém, o streaming Max vai voltar a se chamar HBO Max, como jamais deveria ter deixado de ser. Por isso, escureceram a logo recentemente. HBO é marca forte, existe há décadas, passa confiança...