Faz muito tempo, desde o fim da série, que ouvimos falar num possível filme que mostraria os anos de formação de Tony Soprano, o principal personagem de ‘Família Soprano’ (1999-2007), bem como de alguns dos personagens mais marcantes da série. Como seus ‘tios’ e amigos/capangas Junior, Silvio, Paulie et caterva (seus pais, por exemplo). Bem, após muitos anos, o tal filme se materializou. Mas não dirigido pelo criador, David Chase, que acompanhou todo o projeto de perto. Ele deixou o comando nas mãos de Alan Taylor, que dirigiu alguns episódios na televisão.

O resultado? Para fãs ferrenhos da série é algo decepcionante. Porque, o que esperávamos - que seria um mergulho maior, não apenas na infância e juventude de Tony, bem como dos marcantes personagens - não acontece realmente. O que temos é um pouco de Tony, muito pouco de sua relação com os pais (nada do que ele não tenha contado na série) e quase nada de Silvio, Paulie e Junior (que parecem caricaturas, de tão ruins). E um foco maior em Dickie Moltisanti, pai de Christopher (o ‘sobrinho’ favorito de Tony). Daí o nome do filme em inglês, já que molti santi, em italiano, significa muitos santos.

O ator que faz Dickie (Alessandro Nivola) está bem no papel. E o modo como ele conheceu a mãe de Christopher (Michela deRossi) é interessante. Mas a trama paralela, com envolvimento da máfia numa guerra com uma gangue negra (tendo como pano de fundo os movimentos dos direitos civis do final dos anos 60), tira o foco do principal, e parece um pouco forçada. E faz o filme parecer querer se inserir nos fatos atuais (para soar relevante), quando teria sido mais bacana ter mergulhado mais fundo nos ítalos (que é o que interessa). Na série, todos os acontecimentos de sua época (como o 11/set) eram comentados de forma bastante subliminar, e a gente entendia.

Acaba que o filme não chega nem perto de um episódio ‘fraco’ da série (que nunca era menos do que brilhante). Mesmo mostrando, ainda que de modo pouco satisfatório, a influência que Dick teve no rapaz (idolatrado pelo jovem Tony), que no futuro seria o capo da famiglia. Aliás, no papel do Tony adolescente está Michael Gandolfini, filho do inesquecível James Gandolfini, que está, para sempre, indelevelmente, ligado a Tony Soprano. No filme, nenhum ator chega sequer perto disso, em termos de carisma e atuação. Mas seu filho dá conta do recado, embora jamais tenha atuado ou visto a série, como disse.

Agora, se este filme for uma espécie de piloto para possíveis spin-offs da série, dá para tolerar. Porque o resultado final nos deixa com gosto de pasta mal cozida. Quem quiser provar, o filme acabou de entrar no catálogo do HBO Max, depois de exibido nos cinemas americanos com pouco sucesso.

STREAMINGS+

* A NBCUniversal International Networks anunciou o lançamento de cinco novos canais premium para o mercado latino americano. A novidade chega no dia 2 de dezembro para assinantes das operadoras Directv e SKY e do serviço de streaming Directv Go. O canal Universal Premiere terá produções exclusivas, como ‘La Brea’, ‘Coyote’, ‘Evil’, ‘Dan Brown’s The Lost Symbol’, ‘Surreal Estate’, ‘The Newsreader’, ‘Family Law’, ‘Cardinal’ e ‘Monsterland’. Os sucessos do cinema serão exibidos no Universal Cinema. Já os fãs de histórias e crimes poderão conferir o novo Universal Crime. Quem curte comédias terá o Universal Comedy. Fechando a lista de canais está o Universal Reality.

* UOL Play, a plataforma de streaming do UOL, acaba de integrar ao seu catálogo o acervo de filmes do serviço Belas Artes À La Carte. Com isso, os assinantes terão acesso, em um único lugar, a um conteúdo com curadoria assinada pelo Belas Artes Grupo, com títulos raros de serem encontrados no streaming, além de todo o conteúdo que já faz parte do UOL Play.

* O programa de entrevistas com documentaristas de Amir Labaki no Canal Brasil, ‘Cineastas do Real’, ganha a partir desta semana uma versão em podcast. Todas as quartas-feiras, ao meio-dia, um novo episódio de cerca de 30 minutos será disponibilizado no Globoplay e demais plataformas de áudio.

* HBO Max acaba de anunciar a formação de seu novo núcleo de telesséries para a América Latina, que terá o dramaturgo Silvio de Abreu (criador de telenovelas) como talento exclusivo para acompanhar o desenvolvimento das séries da HBO Max.

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