
SAÚDE E ALIMENTAÇÃO
Carne cultivada em laboratório – a falsa promessa
Publicado em 14/07/2025 às 10:47
Alterado em 14/07/2025 às 10:47
A onda do futuro, agora, é a carne cultivada em laboratório.
Pregam que não tem sofrimento animal, sem emissões de gases, de efeito estufa, simplesmente uma proteína semelhante à carne normal, e que terá o mesmo sabor dos bifes e hambúrgueres convencionais.
Mas, será possível isso?
Dificilmente...
Fazem parecer que a carne cultivada estará disponível nos mercados na próxima década, pois com essa propaganda procuram atrair financiamento público e privado.
Os proponentes pedem ao governo dos EUA para investir bilhões na carne falsa, mas se falharem, o que provavelmente vai acontecer, sobrará na verdade para o contribuinte.
Todos os argumentos de vantagens não passam de um frágil verniz para ocultar a verdade.
Veja agora o que realmente ocorre:
1. Sua produção está repleta de preocupações e contaminação ambiental que frustrarão a indústria antes mesmo de começar.
2. O custo do kg de carne falsa à base de cultura de células para o consumo humano custaria até 8.500 dólares.
3. É necessário construir instalação adequada com “salas limpas”, muito mais sofisticada do que as destinadas para a indústria alimentar, e teriam que ser de nível farmacêutico. Isso porque o crescimento das células de cultura é muito vulnerável à contaminação por bactérias e vírus. As bactérias crescem à cada 20 minutos, enquanto as células animais ficam isoladas 24 h. Com isso, há um altíssimo risco de contaminação da cultura.
4. Para cultivar as células em culturas, usa-se soro fetal bovino, pelas proteínas e vitaminas que contém.
Com isso, cancela-se a retorica-chave da carne cultivada, que deveria ser feita SEM animais.
5. A carne cultivada sem soro fetal bovino, seria um custo absurdo, cerca de 20.000 dólares o kg.
6. A opção de fazer carne falsa cultivada sem soro bovino fetal, através da soja transgênica, causaria um problema a mais. As práticas agrícolas destrutivas que este sistema gera.
7. Portanto, a carne cultivada em laboratório pode ser pior ao meio ambiente, o que vem contra mais uma premissa do porquê deste tipo de produção, da preservação do meio ambiente.
A carne de laboratório é uma falsa promessa de poupar a vida dos animais.
A carne cultivada em laboratório financiada e apoiada pela indústria dos transgênicos, cujo objetivo é substituir a carne vermelha, aves, laticínios e peixes por biologia sintética, simplesmente é criar uma dependência de empresas privadas no controle dos alimentos.
Aliás, de alimento não tem nada, e muito menos que protejam os animais de serem abatidos.
É o me engana que eu gosto!
Trata-se de uma carne produzida à base de células de tecidos animais, com a alegação que você estará comendo carne sem nenhum prejuízo ao animal.
Porém, esse processo tem como principal componente o soro fetal bovino, produzido a partir do sangue de fetos de vaca.
Veja agora o esclarecimento do processo agressivo e deprimente de extração do soro fetal bovino, que a Revista Slate, em 2017, comenta:
“Se uma vaca que vem para o abate estiver grávida, a vaca é abatida e sangrada, e então o feto é removido de sua mãe e levado para uma sala de coleta de sangue.
O feto, que permanece vivo durante o processo seguinte para garantir a qualidade do sangue, tem uma agulha inserida em seu coração. Seu sangue é então drenado até que o feto morra, uma morte que geralmente leva cerca de cinco minutos. Este sangue é então refinado e o extrato resultante é Soro Fetal Bovino.”
Na verdade, o que ocorre é que você não está comendo a carne desse animal que foi sacrificado antes mesmo de nascer, sendo usado só o seu sangue.
É muito mais agressivo, bárbaro e desumano, do que abater uma vaca e comer a sua carne.
Ou seja, sem as vacas e fetos de bezerros, não se consegue fazer essa carne, que promovem como sendo sem abate.
E para completar, essa carne cultivada não atende os requisitos dos veganos.
Para judeus e cristãos, biblicamente é proibido consumir o sangue de qualquer animal, e nessa carne, esse é um componente fundamental.
Biologia sintética e transgênicos
Esses são os termos que as empresas usam para as pessoas não perceberem que se trata de junk food altamente processadas, geneticamente modificados, como alternativas de carnes e laticínios.
Resumindo
O objetivo real de tudo isso é simplesmente ir acabando com os pecuaristas e agricultores, gerando um produto alternativo patenteado, de origem animal e/ou vegetal, no qual controlarão completamente o suprimento alimentar.
Para salvar o planeta e manter a sua saúde, deve-se evitar todas essas carnes falsas e optar sempre por alimento de verdade, criada da maneira correta!
Referências bibliográficas:
- The Counter September 22, 2021
- Cultivated Meat review of the cost of manufacturing
- Engrxiv, Scale-Up Economics for Cultured Meat December 28, 2020
- Plant Proteins, May 19, 2020
- News Medical Life Science, Oils Rich in Linoleic Acid
- The Financial Times, Lab-Grown Meat Isn’t About Sustainability, It’s Big Business
- EAT Forum, Planetary Health Diet
www.drrondo.com/o-falso-hamburguer-e-a-resposta-que-buscamos/
Dr. Wilson Rondó Jr.
CRM RJ 52-0110159-5
Cirurgião Vascular de formação e Nutrólogo
Registro nº 058357