Moda e Estilo

Por Iesa Rodrigues

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IESA RODRIGUES

Tendência na bijuteria: inclusão geral

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Publicado em 01/05/2021 às 09:37

Alterado em 01/05/2021 às 12:38

Iesa Rodrigues JB

Lançar uma coleção não basta, para o Atelier Chilaze. Como mandam os padrões destes novos tempos, há histórias, personagens e ações fora do circuito básico do glamour. Primeiro, a inspiração nas Moiras (ou as Parcas, na versão romana) que foca no combate ao etarismo, ou seja, a intolerância ligada à idade.

Macaque in the trees
As três Moiras do filme Malasartes e o duelo com a Morte: Julia Ianina, Vera Holtz e Luciana Paes (Foto: Divulgação)

Como visto no filme Malasartes e o Duelo com a Morte, do diretor Paulo Morelli, a coleção fala das três irmãs responsáveis pelo destino da humanidade: a jovem Cloto que tece o fio da vida, a Láquesis que embaralha e entrelaça as vidas e a velha Atropos, que corta o fio, estabelece a morte.

Como foi resolvido tanto significado em uma coleção-cápsula? Como um manifesto na hora de selecionar o elenco de modelos. A jovem é encarnada pela Nayara Piaro, 24 anos; Mônica Moura, 54 seria a entrelaçadora e a Veluma, 68 anos, a Atropos. Todas negras, poderosas: Monica Moura, linda como sempre e Veluma, ícone do caminhar perfeito, das performances nas passarelas do Golden Room do Copa nos anos 1970.

Inclusão racial e contrariar o preconceito racial estão resolvidos. E a sustentabilidade? O atelier situado em pleno Saara, região do comércio popular do Rio, trabalha com artesãos do todo o Brasil e da América Latina, basta ver os resultados na loja conceito, em Ipanema: tapetes de palha, cestarias e bolsas com o toque das mãos habilidosas.

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Nayara Piaro, Mônica Moura e Veluma, estrelas da campanha do Ateliê Chilaze (Foto: Foto: Deyse Krieger / divulgação)

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Claudia e Sandra, as irmãs que lideram a Chilaze (Foto: Divulgação)

"Escolhemos tops negras porque a questão da inclusão racial está em evidência. Então, é perfeita para chamar atenção para esse assunto tão urgente. Mas o preconceito contra a idade é cruel e acaba ficando em segundo plano. Não corresponde nem aos avanços sociais que chancelam uma agenda global mais justa, nem à realidade de mercado, uma vez que a população planetária envelhece a passos largos. É inaceitável que ainda exista esse tipo de resistência", comenta Claudia Chilaze, diretora de estilo..

Diretora comercial da marca, Sandra Chilaze finaliza: "Somos de uma família longeva que sempre respeitou a idade. Nosso avô fundou o armarinho que acabaria virando o Atelier Chilaze, e trabalhou aqui a vida inteira. Nosso pai Anis, aos 91 anos, vem diariamente à loja matriz, no Centro, bem como nossa mãe Maria Elisa, 79, que permanece ativa na unidade de montagem do ateliê. Nós mesmas, eu e Claudia, tomamos a rédea da empresa já maduras".

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Veluma e os braceletes de resina da coleção-cápsula (Foto: Foto Deyse Krieger / divulgação)

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Nayara com os colares de PET reciclada (Foto: Foto Deyse Krieger / divulgação )

 

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Mônica Moura com mix de colares e clutch artesanal (Foto: Foto Deyse Krieger / divulgação )

A coleção
A direção de estilo da Claudia Chilaze e a direção criativa de Alexandre Schnabl interpretaram as Moiras com colares curtos e longos de bolas, japamalas com tassels franjados de linhas coloridas, mix de pulseiras em resina e madeira, maxi anéis, bolsas, clutches e leques em palha multicolorida desenvolvidos no Ceará e no Peru, ecobags listradas em palha de buriti, do Maranhão, e mini bolsinhas em madeira com listras ou em forma de elefante, em resina encravada, do Sul. E, claro, o upcycling na linha de torsades com cordas sustentáveis, de garrafa pet, clássico eterno do Atelier Chilaze.

www.atelierchilaze.com.br
Rua Visconde de Pirajá, 547 loja 202 / Ipanema
Rua Senhor dos Passos, 197 / Centro