Diversidade

Por Redação JB

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Turma OK comemora 60 anos com 'Lacre Lab'

'Lives' de celebração de cultura e diversidade

Publicado em 07/03/2021 às 14:28

Alterado em 07/03/2021 às 14:29

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De hoje, domingo (7) a quinta (11), nas plataformas digitais da Turma OK, haverá transmissões ao vivo com transformistas da Turma OK, grupo gay carioca que está fazendo 60 anos e tem sede na região da Lapa, Rio de Janeiro.

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Cezar Amâncio, presidente da Turma OK, vai falar ao vivo dia 11, às 20h (Foto: Divulgação)

Lacre Lab faz uma reverência às apresentações dos artistas da Turma OK desde a década de 1960. Naquele tempo, as reuniões eram em apartamentos partculares de membros do grupo, onde aconteciam as exibições transformistas inspirados por suas divas: as cantoras do rádio. Sem aplausos, para não chamar a atenção dos vizinhos, apenas com o estalar dos dedos, aconteciam os shows que deram origem à Turma OK.

Nos quatro dias seguintes ao show deste domingo (7), haverá entrevistas com assuntos relacionados à comunidade LGBTQIA+, conversas sobre direitos, justiça, empoderamento, performances e arte.

O projeto Lacre Lab

Consiste em um show com a participação de 11 artistas da Turma OK, realizado no Café Teatro Turma OK, e quatro lives compartilhadas nas plataformas facebook e instagram. O projeto, a princípio, pretendia realizar um show aberto ao público, mas devido à pandemia de Covid-19, migrou para o online.

O nome Lacre Lab é uma referência ao termo "lacração", que significa, no mundo gay, algo que tenha feito sucesso, incrível, sensacional. A sigla Lab faz referência à Lei Emergencial Aldir Blanc, que direcionou recursos ao projeto. Além de patrocinar o projeto Lacre Lab, o edital Retomada Cultural, da Secretaria de Cultura do governo federal também foi fundamental para auxiliar financeiramente a Turma OK, que durante a pandemia fechou as portas de seu Café Teatro, sua maior fonte de recursos, e atualmente sobrevive apenas das mensalidades dos sócios e doações de seus admiradores.

Os artistas participantes da Lacre Lab são Alek Belmont, Marcio Ayalla, Alexia Belmont, Layla Riker, Andrey di Aleksander, Andreia Miranda, Akyza queen, Sky Drag, Klauss Henri, Cacau Niemeyer, Andreia Andrews e Elaine Parker.

As performances drag queens são interpretações artísticas, nas quais se tem uma elaboração de uma personagem performática e extravagante, caricata e, sobretudo, luxuosa. Através da “montagem”, os intérpretes/performistas transformam seus corpos masculinos em outros corpos não rotulados por gênero ou sexo, diferenciando-se assim dos demais. "Cada 'montagem' é um ritual de fé na purpurina e na arte", diz o release distribuído à imprensa.

Nas Lives/entrevistas, no Instagram, conduzidas pelo produtor cultural David Motta, serão convidados, a advogada Bruna Andrade, criadora do perfil @bichadajustiça, representante da luta por direitos LGBTQIAP+, o filósofo e ativista Claudio Nascimento, especialista em políticas públicas para a cidadania LGBTI e coordenador executivo do Grupo Arco-Iris de Cidadania LGBTQIAP+, o delegado Anderson Cavichioli, integrante da Rede Nacional de Operadores de Segurança Pública LGBTQIAP+, e Amâncio Cezar – codinome Elaine Parker, presidente da Turma OK, artista dragqueen.

História

A Turma OK é o primeiro grupo brasileiro LGBTQIAP+ (/Agênero, Pan/Poli e mais). Trata-se de um coletivo que iniciou suas atividades em 1961 e se tornou uma marco na propagação da diversidade e conquista de direitos por meio da arte. A associação foi fundada pelo jornalista Agildo Bezerra e mais 11 amigos (Antônio Perez, Maria Amélia, Nyhlmar Amazonas Coelho, Itamar Dias Soares, Lisandro de Matos Peixoto, Marlene Filardi, Leo Acyr Teixeira, Renê Patino, Djalma Alves de Souza, Francisco de Assis, Osny José e Carlos Chagas). Em 2021, presidida Cesar Amâncio, a Turma OK comemora 60 anos ininterruptos de funcionamento com uma série de eventos especiais. Ainda que reconhecida internacionalmente como uma das instituições de socialização mais antigas de que se tem notícia, o sucesso da Turma se deve à tradição de apresentações artísticas. No Café Teatro Turma OK acontecem espetáculos com as drag queens, transformistas e travestis mais expressivos da noite carioca.

SERVIÇO: Show Lacre Lab / Dia 7 de março no Facebook às 21h e depois fica publicado. Artistas: Alek Belmont, Marcio Ayalla, Alexia Belmont, Layla Riker, Andrey di Aleksander, Andreia Miranda, Akyza queen, Sky Drag, Klauss Henri, Cacau Niemeyer, Andreia Andrews e Elaine Parker. / Direção: David Motta / Lives Lacre Lab: Dias 08 a 11 de março às 20h / Convidados: Bruna Andrade (8/3), Claudio Nascimento (10/3), Anderson Cavichioli (9/3), e Cezar Amâncio (11/3) / Apresentação: David Motta/ Instagram.