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COISAS DA POLÍTICA

Por que eu não me ufano do meu país

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Publicado em 03/07/2022 às 08:31

Alterado em 03/07/2022 às 09:28

[Bolsonaro} Continua inelegível Foto: Reuters / Adriano Machado

Se eu não fosse um dos 214.793 milhões de brasileiros, segundo as atualizações diárias do IBGE, que nos coloca, 5º país em extensão territorial, como o 6º maior contingente humano do mundo - perdemos o 5º lugar para o Paquistão, que tem mais de 220 milhões de habitantes - e nascesse, por exemplo, no pequeno Tuvalu, um conjunto de ilhas e atóis que abriga pouco mais de 11 mil habitantes numa área de 30 km2 no Oceano Pacífico, também teria orgulho do 4º menor país do mundo, com área equivalente ao município de Diadema, no ABCD paulista, como tenho do meu grandioso Brasil. Mas, a verdade é que já tive mais orgulho de ser brasileiro do que tenho hoje.

Infelizmente, a sensação que tive na 1ª viagem que fiz à Europa, em 1976, e o que sinto nos dias atuais, é de que estamos perdendo não apenas o bonde da história, mas o foguete interplanetário da Space X do bilionário Elon Musk. Não pelo dinheiro para comprar o caríssimo bilhete. Mas por falta de credenciais que nos habilitem à empreitada, sem nos deixar envergonhados com o atraso econômico e social que o Brasil registrou nas últimas duas décadas. A posição do Brasil como o 84º país na medição do Índice de Desenvolvimento Humano do mundo é de nos corar de vergonha. Isto porque o Brasil está regredindo.

No começo da década passada alcançamos o 73º posto no IDH, quando chegamos a ter o 6º maior Produto Interno Bruto. Mas além da economia patinar, fomos sendo ultrapassados por nações menores e mais eficientes, porque em economia e no desenvolvimento humano não é o volume que conta, mas o valor tecnológico do que é produzido e transacionado com outros países. Quando há a correspondência do crescimento econômico com o aumento da qualidade de vida (sem devastação predatória do meio ambiente), isto pode ser chamado de progresso. O “milagre brasileiro” do regime militar é mau exemplo da valorização de bens materiais e descaso com o lado social. Foi o próprio general Médici que reconheceu, em 1971, na Sudene: “A economia vai bem, mas o povo vai mal”. O quadro só piorou, porque a economia vai mal também.

Não esqueço das palavras de meu pai, Heitor, quando um dos oito filhos relatava uma nota 8 ou mais em uma prova: “Não faz mais que a obrigação”. Ser uma grande nação é a contingência do Brasil, por ser o 5º país em extensão territorial e o 6º em população. Por isso mesmo estamos no “Top ten” das coisas boas e das más, como nos índices de violência contra todos os gêneros. Mas assim como a paradisíaca Tuvalu não ganharia nada (ao contrário, perderia seu encanto) se houvesse exploração desenfreada do desfrute de suas praias paradisíacas (expostas ao risco de catástrofes naturais, como tsunamis ou a elevação do nível dos oceanos pelo aquecimento global), não fico nada animado quando o ufanismo brasileiro inconsequente, propagado pelo mineiro de Ouro Preto (então capital de Minas Gerais), nascido em 1860, no tempo da escravidão e no início do declínio do ciclo do ouro, como Afonso Celso de Assis Figueiredo Júnior, mais conhecido como Conde de Afonso Celso (o título nobiliárquico foi obtido junto à Santa Sé), revive nos dias atuais. Letrado, um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, o Conde Afonso Celso escreveu o livro “Porque me Ufano do Meu País”, na abertura do século 20, em 1900. Por falta de senso crítico, até hoje há um certo oba-oba com as coisas verde-amarelas. Para não distorcer a visão, como jornalista (e lembrando o meu pai) prefiro pesar as coisas boas e as negativas para extrair lições de ambos os lados.

Com um território tão grande, rico em recursos naturais e minerais, e um povo tão numeroso quanto trabalhador, o Brasil ocupa os primeiros lugares entre as 193 nações do mundo nos levantamentos quantitativos. No ano em que nosso país completa o Bicentenário da Independência de Portugal, seguimos no 1º lugar na produção e exportação de açúcar e de café, os dois primeiros ciclos econômicos que motivaram nossa efetiva colonização pela Coroa portuguesa. Inicialmente, com o fracasso do uso da mão de obra indígena, ante a natural recusa dos donos do Brasil de serem escravizados na própria terra; depois, com o emprego de mão de obra negra capturada na África e negociada por mercadores de escravos com senhores de engenho e fazendeiros de café no Brasil. O ciclo posterior do ouro trouxe mais escravos da África. Avançados em novas culturas agrícolas no cerrado, graças às inovações da Embrapa, e nas criações de animais, somos o 2º produtor e o maior exportador de soja, o 2º exportador de milho, (da combinação de milho e soja surge a ração para a engorda de frangos, de cuja carne lideramos a exportação mundial, e de suínos). Com rebanho de mais de 220 milhões de cabeças, há mais de uma década o país virou o maior exportador de carne bovina, com empresas brasileiras operando frigoríficos até nos mercados americanos e europeus.

O ufanismo caolho, à moda do Conde Afonso Celso, deveria celebrar estes feitos. Mas a consciência de que o “celeiro do mundo” não consegue matar a fome da sua própria população, seja pelo desemprego e a perda de renda, que devolveram o estado de fome a mais de 33 milhões de brasileiros, seja pela escalada da inflação que fez o açúcar e o café subirem de preço na mesma ordem do que a gasolina e o etanol, deixando outros 56 milhões de brasileiros na insegurança da comida, porque vivem de rendimentos irregulares, na economia informal, não pode se conformar com tamanho paradoxo, um retrocesso civilizatório. Mentes ufanistas ainda celebram supostas riquezas minerais. No começo dos anos 80, quando a crise da dívida externa travava o país, com escassez de divisas para importar petróleo (a Bacia de Campos - superada pelo petróleo do pré-sal dela mesma e da Bacia de Santos neste milênio - só começou a reduzir a dependência na virada dos anos 90, o que, junto com os saldos comerciais dos agronegócio, tirou o Brasil do buraco), o então ministro do Planejamento, Delfim Netto (tal como Afonso Celso) dizia que ”o minério de Carajás (PA) pagaria a dívida externa brasileira”. Mal pagou as dívidas da Vale, que, privatizada, não virou a maior mineradora do mundo, nem impediu que a Austrália tomasse nossa dianteira na exportação de minério de ferro para a China.

 

O poder da educação

Um bom exemplo de como a educação é fundamental é a trajetória da Coreia do Sul. Na separação das duas Coreias, na metade dos anos 50, o Sul era agrícola e a indústria ficou no território Norte, sob o regime comunista. Com pouco mais de 100 mil km2 e 51 milhões de habitantes, a Coreia do Sul é bem menor que o Estado de São Paulo, que tem 47 milhões de pessoas espalhados por 248 mil km2. O país é dependente de alimentos e recursos naturais. Mas, enquanto os Estados Unidos patrocinaram a reconstrução do país, as empreiteiras que ganharam dinheiro aproveitaram os ventos modernizantes da reforma agrária e dos maciços investimentos públicos em educação, no começo dos anos 60, para ingressarem na formação de conglomerados industriais (Hyundai, Samsung e LG surgiram de construtoras apoiadas pelo BNDES local). O projeto gerou o efetivo ”milagre asiático”. Quando conheci a Coreia, em 1985, numa reunião anual do FMI, sua economia era bem menor que a nossa e participava só com 0,5% na exportação mundial, menos que a metade dos 1,2% do Brasil.

Entretanto, devido à baixa qualidade da educação brasileira, desprezada atavicamente pelas elites brasileiras (quem sabe pelo temor do senhor de engenho ou do fazendeiro do café de ter, no futuro, os netos superados pelos filhos dos escravos?) as exportações brasileiras eram, naquela época, concentradas em matérias-primas agrícolas e minerais. Como a pauta brasileira de exportação, mesmo incluindo carnes processadas, celulose e combustíveis, continua sendo dominada por produtos primários, de baixo valor tecnológico, pelo empuxo das exportações de bens de alto valor tecnológico, em menos de três décadas, a Coreia nos passou à frente, assumindo uma fatia de 3,3% nas exportações mundiais, enquanto o Brasil estacionou nos 1,2%. Numa prova de que o mais importante para tornar uma economia pujante é a potencialização do capital humano, que facilita o domínio da tecnologia, a Coreia passou a disputar a liderança em eletroeletrônicos, circuitos eletrônicos (“chips”) e na construção naval e automobilística, apesar de importar carvão e minério de ferro. A consequência natural é que o Brasil perdeu posições no ranking do PIB mundial. Já a Coreia do Sul nos desalojou do grupo dos 10 maiores PIBs do mundo (estamos em 12º) e nos atropelou no IDH, onde ocupa invejável 23º lugar, expresso na alta qualidade de vida da sua população.

Diante deste quadro, é desolador o cardápio da campanha eleitoral brasileira. Não se faz autocrítica. Não se acena com discussões sérias sobre os grandes desafios da vida brasileira, que passa por questões urgentes como o combate à fome e à precarização do trabalho, mas necessita de reforço para ontem na qualidade da educação e numa discussão estrutural sobre a transição energética e industrial, visando a preservação ambiental. Sem educação, já que ainda estamos em tempos de festas juninas (ou julinas) e a menos de 100 dias da eleição, vamos fazer esforço semelhante à escalada do “pau de sebo”, que derruba quase todos que se imaginam chegando ao topo. Sem base educacional, nem o Brasil retoma a inclusão social, com a redução da vergonhosa concentração de renda, insustentável a médio prazo, nem melhora seu IDH e os indicadores de PIB.

Já estamos no 6º ministro da Educação no governo Bolsonaro, que começou com a nomeação do colombiano Vélez Rodriguez, uma indicação do guru Olavo de Carvalho, com o intuito de desmontar a estrutura do ensino público, sobretudo nas universidades federais, visando o sistema de cotas raciais. Vélez ficou três meses. Abraham Weintraub deu sequência ao desmanche e foi sucedido por Mário Decottelli, nomeado, mas que não tomou posse, por inconsistência de currículo. O episódio prova o desinteresse pela leitura neste governo, até para examinar currículos. Do contrário o escândalo de assédio sexual continuado que teria sido praticado pelo ex-presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Duarte Guimarães, contra funcionárias do banco, não teria trazido mais desgaste a Jair Bolsonaro junto ao eleitorado feminino, que o rejeita em 61%, segundo pesquisas. Isto porque Pedro Guimarães foi acusado de assédio em sua passagem pelo Santander e pelo Banco Plural, mas só examinaram sua passagem pelo BTG-Pactual.

Acossado pelo escândalo da corrupção, com intermediação de pastores evangélicos, na facilitação de liberação de verbas do bilionário Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação para prefeituras, que custou a demissão do pastor Milton Ribeiro (substituído pelo secretário-executivo Victor Godoy para terminar o mandato), Bolsonaro, em silêncio gritante durante 24 horas, não disse uma palavra sobre o caso. Coube ao próprio Pedro Guimarães - que há dois anos chegou a ser cogitado como vice de Bolsonaro, com quem dividia “lives” das quintas-feiras quando o Auxílio Emergencial de R$ 600 turbinou a popularidade do presidente em 2020 - apresentar uma carta de demissão. Aconselhado pelos políticos do “Centrão” que coordenam sua campanha, à frente o notório Valdemar Costa Neto, presidente do PL, o partido 22, ao qual Bolsonaro se filiou, e o chefe da Casa Civil, o senador licenciado do PP-PI, Ciro Nogueira, o presidente escolheu uma mulher, Daniella Marques, assessora do ministro da Economia, Paulo Guedes, para comandar o 2º maior banco estatal do país. Mas o silêncio eloquente de Bolsonaro, notório misógino, tinha um motivo especial: no mesmo dia da demissão ele fora condenado pela Justiça de São Paulo a indenizar a jornalista Patrícia Campos Mello, da “Folha de S. Paulo”, em R$ 35 mil por injúria sexual, ao reagir contra denúncia da jornalista em 2019. Para quem já tinha chamuscado a cara no fogo, ao garantir a honestidade de Milton Ribeiro, melhor passar ao largo de qualquer incêndio.

 

Troca-troca de ministros

Caro leitor, você já parou para contar quantos ministros foram trocados no governo Bolsonaro. Na Saúde foram quatro, na Defesa, foram três. Quando chega o período eleitoral e muita gente se aventura ao escrutínio das urnas, há uma revoada geral. Mas neste governo, é mais fácil fizer quem permanece no mesmo cargo desde 1º de janeiro de 2019, quando Jair Messias Bolsonaro tomou posse. O que explica tanta ineficiência. Eram 23 ministérios, contando a presidência do Banco Central, que ganhou, no governo Lula, o “status” de ministério para que o então titular, o ex-presidente do Bank of Boston, Henrique de Fonseca Meirelles, não fosse ameaçado de "impeachment". Com a aprovação da independência do BC, em fevereiro de 2021, Roberto Campos Neto deixou a cota dos “ministros” e ganhou mandato até 31 de dezembro de 2024, mas nem por isso encolheram os ministérios, que chegaram a 24, com a recriação das pastas de Comunicações, para abrigar Fábio Faria (PSD-RN, genro de Silvio Santos) e a do Trabalho e Previdência Social, duas costelas retiradas de Paulo Guedes, que enfeixara cinco pastas na Economia.

Vários ministérios trocaram de bandeira, ou melhor, de titular. O “Posto Ipiranga” continua no mesmo local, esvaziado com a disparada dos combustíveis, inacessíveis a boa parte da população, assim como os alimentos e os planos de saúde, que tiveram reajuste básico de 15,50%. Seguem no mesmo ofício o Controlador Geral da União, Wagner Rosário, e o general Augusto Heleno, no Gabinete de Segurança Institucional, porém, cercado do pessoal do “Centrão”, que abominava na campanha de 2018, quando ele e Bolsonaro demonizavam “a velha política”. Heleno chegou a cantar o rap de Bezerra da Silva: “Se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão”, referindo-se ao “Centrão”. Pois em seu gabinete no Palácio do Planalto, o general tem de conviver diariamente com um dos líderes do “Centrão”, o senador licenciado do PP-PI, Ciro Nogueira, que já se aliou aos governos Lula, Dilma e Temer e agora dá as cartas do governo como o 4º Chefe da Casa Civil. Seu poder é tanto que, num ato falho esta semana, Bolsonaro - que definitivamente parou de governar (?) para se dedicar 100% à campanha eleitoral - disparou “meu presidente”, para em seguida emendar, “meu chefe do gabinete da Casa Civil”.

Na falta de debates e apresentação de propostas sérias para o futuro do país, é patético que Bolsonaro entre alertas à ameaça de “volta do comunismo”? a público conservador/evangélico, fale do risco de volta ao passado. Afinal, para reforçar suas chances de reeleição não se cercou para 2022 com o que há de mais nefasto da “velha política” que condenava com Paulo Guedes e o general Heleno?, como o “Centrão” de Ciro Nogueira e Arthur Lira (PP-AL) e Valdemar Costa Neto, presidente do PL, que abrigou sua candidatura.

 

Perguntas sem resposta

Embora demonizem as urnas eletrônicas quase diariamente, Bolsonaro e a turma do “Centrão” vislumbraram na escalada da inflação, puxada pelos combustíveis, o dólar e a alta dos alimentos, iniciada em 2020 e que persistiu nos últimos dois anos, apesar dos sucessivos recordes de safras, porque o governo não cuidou de estoques reguladores para garantir o abastecimento doméstico (facilitando as exportações) uma oportunidade para tentar virar o jogo eleitoral francamente favorável ao ex-presidente Lula.

Antes das pesquisas eleitorais mostrarem crescente desaprovação a seu governo, Bolsonaro imaginou que, ao concluir as obras de transposição das águas do São Francisco para o sertão do Nordeste (projeto iniciado por Lula, tocado por Dilma e Temer, que deixou pouco mais de 10% para concluir), jorrariam votos dos eleitores do Nordeste à sua reeleição. Os nordestinos seguem majoritariamente com Lula. Então, tentou uma nova tática: de se desvincular da responsabilidade por vários fracassos do governo, como as mais de 670 mil mortes por Covid-29, que está recrudescendo neste inverno.

Primeiro, tratou de demonizar a Petrobras (demitiu presidentes e o ministro das Minas e Energia, como se os cargos não fossem de sua responsabilidade, pois os nomeara). Depois, embrulhou um pacote de redução de impostos até 31 de dezembro (em cima dos estados - ICMS da energia elétrica, telecomunicações e combustíveis, para reduzir a inflação em dois ou três pontos - numa prova do descaso com a educação, a perda de receita vai implicar menos recursos para educação e saúde por parte de estados e municípios).

Por fim, percebendo que a redução mal seria notada, fez da tramitação do pacote de baixa de impostos um “Cavalo de Troia” para ludibriar as leis eleitorais. Na tentativa de cooptar o eleitor pela parte mais sensível do corpo humano - o bolso - Bolsonaro vai despejar mais de R$ 42 bilhões, por diversas formas de aliciamento na tentativa de ludibriar de uma só tacada, as leis eleitorais e os parâmetros fiscais, como o teto dos gastos, que já tinha sido rompido em 2021, quando deu um calote nos precatórios (sentenças judiciais de condenação de pagamento de dívidas pela União) e elevou o teto.

Mas não se pense que o estouro dos limites da decência e dos normas eleitorais para tentar uma vitória nas urnas eletrônicas significa que Jair Bolsonaro se rendeu à disputa do jogo democrático. O “Cavalo de Troia” da redução dos impostos na energia elétrica, telecomunicações e combustíveis era um pretexto para (lembrando a fala do ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, na reunião ministerial de 22 de abril de 2020) “abrir a porteira e passar tudo de baciada”, com a inclusão do termo ”estado de emergência” que poderia, abrir caminho para o inimaginável. Poderia ser um “mini AI-5”. O termo foi barrado no Senado, mas o pode renascer quando da sanção presidencial.

Em outras palavras, será que tenha desistido da ideia fixa do golpe, com apoio das forças armadas e dos milhares de policiais militares e milicianos que afaga, sem contar com mais de um milhão de cidadãos a quem facilitou a compra de armas (sob o escudo dos CACs - os Colecionadores, Atiradores e Caçadores), a versão cabocla da temível Associação Nacional do Rifle dos Estados Unidos? Os membros da NRA foram parte da infame tropa de assalto de Donald Trump ao Capitólio, em 6 de janeiro de 2021, na última cartada para tentar impedir a homologação da eleição de Joe Biden e Kamala Harris, cujos detalhes assustadores estão sendo conhecidos em julgamento no Congresso americano, no frustrado assalto à maior democracia do mundo.

Em entrevista esta semana ao jornal “O Estado de S. Paulo”, que o indagou justamente sobre os desdobramentos do atentado de Trump contra a democracia americana e os riscos de uma repetição no Brasil, o filho 01, coordenador da campanha de reeleição do pai, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou, sem meias palavras, que não será possível conter um eventual levante dos apoiadores do atual mandatário ao resultado das eleições. "Como a gente tem controle sobre isso?", disse. Terá sido por isso o outro ato falho presidencial desta semana, em comício na Paraíba, quando o presidente da República chegou a dizer que o conjunto de bondades poderia reverter o quadro para “as eleições no ano que vem”? Depois se corrigiu: “em outubro deste ano”. Só Freud explicaria. Melhor adiar para não perder em 2022?

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