CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Cientistas encontram registro humano mais antigo da América do Sul na Argentina
Por JB CIÊNCIA com Sputnik Brasil
[email protected]
Publicado em 22/07/2024 às 09:52
Alterado em 22/07/2024 às 09:52
Uma equipe de paleontólogos encontrou restos de um gliptodonte na Argentina com sinais de ter sido abatido há cerca de 21 mil anos, naquele que seria o registro mais antigo da presença de seres humanos e sua interação com a megafauna da América do Sul, afirma estudo.
Segundo pesquisa publicada na revista "Plos One", resultados da análise de radiocarbono dataram entre 21.090-20.811 anos atrás restos fossilizados de um gliptodonte com 32 cortes no dorso. A natureza dos cortes nos ossos "traz o quadro cronológico da presença humana e das interações entre humanos e megafauna quase 6.000 anos antes do registrado em outros locais da América do Sul, datando de 8.000 a 15.000 anos antes do presente", informaram os cientistas.
Nos restos fossilizados, as marcas de cortes no dorso estão associadas ao abate de animais com ferramentas de pedra, embora não tenham sido encontrados no local indícios de presença humana.
O fóssil foi encontrado em 2015 no rio Reconquista, nos arredores de Buenos Aires.
Estos restos muestran evidencias de haber sido carneados y consumidos por seres humanos hace aproximadamente 20.000 años, mucho antes de cualquier otro registro humano conocido en la región hasta la fecha. pic.twitter.com/Woscn40B9h
— Gustavo Menéndez (@gustavomenendez) July 17, 2024
[Tradução: Estes restos mostram evidências de terem sido abatidos e consumidos por humanos há aproximadamente 20 mil anos, muito antes de qualquer outro registro humano conhecido na região até hoje.]
Os gliptodontes viveram em várias partes da América e foram extintos há cerca de 10.000 anos. Os ossos encontrados correspondem a partes da cintura pélvica, das vértebras e do tubo caudal do gliptodonte, que no momento do sepultamento estava deitado sobre o lado direito, segundo o estudo.O animal tinha quase dois metros de comprimento e pesava cerca de 300 quilos, disseram os pesquisadores.
Vários indicadores, como a pouca ou nenhuma desarticulação de algumas partes do esqueleto e a muito boa conservação das superfícies corticais, sugerem pouca distorção pós-deposicional do fóssil, um contexto de posicionamento sem perturbações e um cenário de soterramento rápido, acrescentaram.