CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Astrônomos descobrem mais de 1.000 novos asteroides escondidos nos arquivos do Hubble

Ao analisar dados arquivados do Hubble dos últimos 20 anos, pesquisadores encontraram mais de 1.700 rastros de asteroides, entretanto, mais de 1.000 deles eram ainda desconhecidos

Por JORNAL DO BRASIL
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Publicado em 17/05/2022 às 15:04

Alterado em 17/05/2022 às 15:04

Nesta observação do Hubble, pode-se ver o asteroide 2001 SE101 do Cinturão Principal passa em frente à Nebulosa de Câncer (Arquivo) Foto: Melina Thévenot/Nasa/ESA HST

No último esforço científico chamado Hubble Asteroid Hunter, ou Caçador de Asteroides do Hubble, pesquisadores encontraram mais de 1.000 novos asteroides que podem oferecer ainda mais pistas sobre a origem de nosso Sistema Solar.

O projeto foi criado em 2019 por um grupo de astrônomos e tinha como objetivo vasculhar os dados do Hubble para encontrar novos asteroides.

"O lixo de um astrônomo pode ser o tesouro de outro astrônomo", disse o autor principal e pesquisador do Instituto Max Planck de Física Extraterrestre, Sandor Kruk, em um comunicado à imprensa.

Divulgados pela Science Alert, os resultados da pesquisa foram obtidos ao analisar dados secundários e não examinados que ainda estão arquivados e disponíveis pelo Hubble.

"A quantidade de dados nos arquivos de astronomia aumenta exponencialmente e queríamos fazer uso desses dados incríveis", afirmou Kruk.

O projeto examinou mais de 37.000 imagens compostas do Hubble. Elas foram tiradas entre 30 de abril de 2002 e 14 de março de 2021 com a Advanced Camera for Surveys e a Wide Field Camera 3 a bordo do Telescópio Espacial Hubble.

A enorme quantidade de dados reuniu 11.482 cientistas cidadãos voluntários para participar do processo de classificação das imagens. O trabalho desses voluntários treinou um algoritmo de aprendizado de máquina para pesquisar o restante das imagens com rapidez e precisão, identificando um total de 2.487 possíveis trilhas de asteroides nos dados do Hubble.

Depois de revisados pelos autores da pesquisa, os resultados excluíram coisas como raios cósmicos e outros objetos, listando 1.701 trilhas encontradas em 1.316 imagens do Hubble, com 1.031 rastros de asteroides não identificados.

Observações de acompanhamento devem confirmar quantos deles são asteroides recém-descobertos e determinar suas órbitas. Mesmo que nem todos os 1.031 rastros se confirmem como asteroides, novos dados podem aprofundar nossa compreensão da população de asteroides do nosso Sistema Solar.

"Os asteroides são remanescentes da formação do nosso Sistema Solar, o que significa que podemos aprender mais sobre as condições em que nossos planetas nasceram", explicou Kruk.

Mais e mais pesquisadores estão fazendo uso de dados de arquivo como este. Em 2019, os pesquisadores usaram imagens de arquivo de pesquisas de exoplanetas para identificar mais de 1.800 asteroides, com 182 novas descobertas em potencial.

O autor da pesquisa também insinuou que houve outras "descobertas fortuitas" nas imagens de arquivo, mas não deu detalhes sobre elas. (com agência Sputnik Brasil)

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