CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Análise: poderia variante Ômicron acabar eventualmente com pandemia no mundo?

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Por JONAL DO BRASIL
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Publicado em 30/11/2021 às 08:25

Alterado em 30/11/2021 às 08:25

O número de pessoas que estão em busca de trabalho no país caiu 10,4%, chegando a 12,9 milhões Foto: Folhapress / Fernando Souza

Poderia o surgimento de Ômicron, a cepa do vírus da covid-19 recentemente descoberta na África do Sul, possivelmente uma variante mais infecciosa e menos virulenta, ser positivo para a saúde pública?

Embora seja muito cedo para tirar conclusões, alguns dos principais especialistas em doenças infecciosas expressam alguma esperança.

Desde o início da pandemia, epidemiologistas têm pensado que isso poderia ser a nossa forma de lidar com o problema. Que o vírus poderia mais tarde se transformar em uma forma mais benigna que continuaria se espalhando, mas mataria menos pessoas e haveria menos internações em hospitais.

Foi isso que aconteceu com o vírus da gripe suína H1N1 em 2009, que se propagou de tal forma que foi considerado uma pandemia, e ele pode explicar as origens do resfriado comum, escreve portal "The Age".

As primeiras informações da África do Sul, onde Ômicron parece já estar substituindo Delta como a cepa dominante, sugerem que essa nova variante que apresenta mutações radicais pode ser aquela pela qual os especialistas têm esperado.

"Ainda não sabemos, mas há algumas pistas que [Ômicron] pode ser menos virulenta. Embora neste momento seja um pouco desesperador, isso pode funcionar a nosso favor", observou Tony Blakely epidemiologista da Universidade de Melbourne, na Austrália.

Catherine Bennett, epidemiologista da Universidade Deakin, enquanto também é cautelosa, diz que neste momento as evidências dão motivos de otimismo.

"Há uma possiblidade de que estejamos presenciando uma versão mais infecciosa e menos virulenta do vírus, que seria uma destas etapas ao longo de um caminho mais feliz para conviver com o vírus. Tanto recebemos indícios que pode [ser] OK como recebemos sinais de que pode ser um pouco preocupante", disse Bennett.

A comunidade global está bastante preocupada com a chegada de Ômicron. A Organização Mundial da Saúde (OMS) levou vários meses para classificar a Delta como variante preocupante, no entanto, a nova cepa foi elevada ao mesmo nível somente dois dias após o primeiro caso ter sido confirmado.

 

Poderia Ômicron acabar com a variante Delta?

Segundo a teoria, se uma cepa menos virulenta se tornar dominante, mais pessoas vão se infectar, mas menos ficarão gravemente doentes.

Desta forma o vírus, embora sendo um problema, também se tornaria parte da solução. Cada pessoa que recupera de um caso leve fica com maior imunidade contra futuras infecções do que qualquer vacina atual possa fornecer.

Neste cenário, futuros surtos de covid-19 colocariam menos pressão sobre os sistemas hospitalares e de saúde pública em comparação com a variante Delta.

A variante Ômicron foi detectada pela primeira vez na África do Sul em 11 de novembro, sendo que os primeiros casos foram registrados na quarta-feira (24). (com agência Sputnik Brasil)

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