CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Nova superterra encontrada pode dar pistas sobre vida extraterrestre fora do Sistema Solar

Um novo exoplaneta detectado orbitando uma estrela relativamente perto do nosso Sistema Solar pode potencialmente ajudar a resolver enigmas sobre vida alienígena

Por Jornal do Brasil
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Publicado em 05/03/2021 às 10:51

Alterado em 05/03/2021 às 10:57

O Gliese está localizado a cerca de 26,3 anos-luz de distância da Terra Foto: Reuters / Renderarea

Um exoplaneta com uma massa 2,8 maior do que a da Terra designado Gliese 486 b, pode se tornar material ideal para estudo de pesquisadores na caça à vida extraterrestre, anunciaram cientistas em novo estudo publicado na revista "Science".

Classificado como superterra e localizado a cerca de 26,3 anos-luz de distância da Terra, o corpo celeste rochoso está entre os exoplanetas mais próximos de nosso planeta. Ele orbita uma estrela anã vermelha que é menor, mais fria e menos luminosa do que o Sol.

Os autores da nova pesquisa acreditam que a superfície deste exoplaneta, quente e seco, seja insopitável, e com grande probabilidade, deve ser crivada de rios de lava correntes.

No entanto, apesar de não estar na categoria de candidatos promissores como refúgio para vida, sua proximidade da Terra e suas características físicas fazem do novo exoplaneta um objeto de estudo adequado para solução desta questão, com a ajuda da próxima geração de telescópios terrestres e espaciais.

Os estudos seguintes do Gliese 486 b poderiam fornecer aos cientistas dados inestimáveis para decifrar atmosferas de outros exoplanetas fora do nosso Sistema Solar, incluindo os que podem abrigar vida extraterrestre.

"O exoplaneta deve ter precisa configuração física e orbital para ser apropriado à pesquisa atmosférica", disse o cientista planetário e um dos autores do estudo, Trifon Trifonov, do Instituto Max Planck de Astronomia da Alemanha.

Gliese 486 b é um planeta rochoso, que se acredita ter um núcleo metálico e uma orbita muito perto de sua estrela hospedeira.

Adicionalmente, sugere-se que a superfície fortemente irradiada tenha uma temperatura de cerca de 430 graus Celsius. A gravidade da superfície do exoplaneta pode ser 70% mais forte do que a da Terra.

"Gliese 486 b não pode ser habitável, pelo menos, não da maneira como habitamos aqui na Terra. O planeta possivelmente tem uma atmosfera tênue, se houver qualquer. Nossos modelos são consistentes com dois cenários, uma vez que a irradiação estelar tende evaporar atmosferas, enquanto, ao mesmo tempo, a gravidade planetária é firme demais para suportá-la", disse Trifonov.

Segredos sobre a habitabilidade de um planeta podem ser revelados pela análise da composição química de sua atmosfera. Uma potencial indicação de vida pode ser a combinação de gases como oxigênio, dióxido de carbono e metano, como acontece em nosso planeta ou na atmosfera de exoplanetas semelhantes à Terra, como Gliese 486 b. (com agência Sputnik Brasil)