Asghar Farhadi, o diretor de dois filmes ganhadores de Oscar em língua estrangeira (“A separação” e “O apartamento”), volta à sua terra natal com o drama de suspense ‘Um herói’, que, no Festival de Cannes deste ano, ganhou o Grande Prêmio do Júri e o Prêmio François Chalais, conferido a filmes com valor afirmativo sobre a vida e o jornalismo. O longa, já em cartaz, foi exibido na 45a Mostra Internacional de Cinema em São Paulo e no Festival de Cinema do Rio.

Protagonizado por Rahim (Amir Jadidi), um homem que foi preso por dever dinheiro e, quando tem a chance de sair da cadeia por dois dias, arma um plano com ajuda de sua namorada, que encontrou uma sacola com ouro perdida na rua. Porém, quando descobre que este vale menos que o imaginado, ele tem uma ideia: espalhar anúncios procurando o verdadeiro dono, e assim ganha publicidade como um homem honesto. Farhadi, que também assina o roteiro, disse que a origem da trama está em fatos reais, mas em nenhum específico.

Como em todos os filmes do cineasta, esses acontecimentos são permeados por dubiedade e nuances. Sem trazer respostas simples em suas narrativas. O diretor resolveu situar a trama do longa em Shiraz, no sudoeste do Irã. A construção realista das personagens, segundo o diretor, é marcada pela complexidade. No caso específico do protagonista de ‘Um herói’, explica, seu sorriso é parte fundamental de um conjunto que apareceu progressivamente ao longo dos meses de ensaio.

Outro elemento importante nos filmes do diretor iraniano são as famílias e a solidariedade entre seus membros. A contemporaneidade da sociedade iraniana também se manifesta no filme na presença das redes sociais, e Farhadi destaca isso como crucial na vida de seus conterrâneos.

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