CINEMA

‘O palestrante', ideia de Fábio Porchat, tem lançamento nacional nessa quinta

Filme tem Marcelo Antunez como diretor, Dani Calabresa no elenco e Porchat e Claudia Jouvin também no roteiro

Por MYRNA SILVEIRA BRANDÃO
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Publicado em 02/08/2022 às 14:01

Alterado em 02/08/2022 às 14:01

[O Palestrante] Dani Calabresa, o diretor Marcelo Antunez e Fabio Porchat Foto: Ique Esteves

O filme segue Guilherme (Fábio Porchat), um contador sem perspectivas que acaba de ser demitido e abandonado pela noiva. Em viagem para o Rio de Janeiro para assinar a papelada de sua demissão, em um impulso de quem não tem nada a perder, ele assume a identidade de outra pessoa, um homem chamado Marcelo, sem saber que se trata de um palestrante contratado para motivar os funcionários da empresa de Denise (Dani Calabresa). Guilherme terá que motivá-los, mas talvez ele também precise de um novo estímulo para mudar de vida.

O roteiro aborda vários aspectos como mudança de identidade, falta de perspectivas e muitos outros relacionados com o sentido da vida.

Antunez, que dirige com mão segura e fidelidade ao argumento de Porchat, é produtor, roteirista e autor de vários sucessos: “Qualquer gato vira-lata 2”, “Até que a sorte nos separe 3”: a falência final”, “Polícia Federal: a lei é para todos”, entre outros.

Porchat, além de ator e roteirista, é também humorista e um dos criadores da produtora Porta dos Fundos, na qual escreve e atua em esquetes humorísticas. Participou de diversas séries e filmes de sucesso. Entre outros, “Vai que dá certo”, “O concurso”, “Meu passado me condena: o filme”, “Entre abelhas”, “Porta dos Fundos: contrato vitalício”.

“O palestrante” é produzido pela Camisa Listrada, que está completando 22 anos como uma das produtoras mais atuantes do mercado audiovisual brasileiro,

Em entrevista ao JORNAL DO BRASIL, Antunez explicou como surgiu a ideia de realizar “O Palestrante”, e detalhou vários aspectos abordados na história. Porchat, por sua vez, falou da motivação para roteirizar e atuar no filme, e sobre a identificação que sua obra tem com os espectadores.


TRECHOS DAS ENTREVISTAS

 

COM MARCELO ANTUNEZ


JORNAL DO BRASIL - Como surgiu a ideia para realizar “O palestrante”?

MARCELO ANTUNEZ - A ideia é do Fábio Porchat, como sempre, genial. Ele conta que a ideia veio da possibilidade de mudar de vida. Muitas vezes, deixamos de lado as coisas e pessoas que a gente gosta, o jeito que a gente era. O filme brinca com essa possibilidade de abandonar tudo que não te deixa feliz e buscar o sentido da vida. Fábio viaja muito de avião e disse que sempre que via pessoas segurando aquelas plaquinhas com nomes pensava em como seria fingir ser uma daquelas pessoas. Quando fui chamado pelo Fábio e pelo Bruno Wainer (Downtown Filmes) para dirigir o filme, o tema me encantou. Quem nunca pensou em mudar de vida?

 


O filme aborda vários aspectos como falta de perspectiva, mudança de identidade, o sentido da vida. Entre esses – ou até outro – qual, a seu ver, leva os espectadores a uma maior reflexão?

Acho que o filme nos provoca a pensar no que andamos fazendo com a nossa vida. Sempre achamos que temos tempo para ir atrás dos nossos sonhos, ir atrás do que nos faz feliz. O filme era para ser lançado antes da pandemia, mas assim como muitos outros foi adiado. Lembro de termos ficado muito frustrados na época, mas olhando agora parece que as coisas aconteceram da maneira que têm que ser. A pandemia nos fez repensar essa fantasia de que sempre há tempo para tudo. Achamos que podemos deixar tudo para depois e priorizar “as obrigações”. Viemos para esse mundo para sermos felizes - essa é nossa obrigação. Esse período tenebroso na história da humanidade nos deu a oportunidade de reavaliar nossas prioridades. Depois de tudo que passamos, o filme está mais atual que nunca, afinal, quem não quer ser feliz?

 

* * *

 

COM FÁBIO PORCHAT

 


JORNAL DO BRASIL - Qual a principal motivação que o levou a escrever o roteiro de “O palestrante”?

FÁBIO PORCHAT - “O palestrante” foi uma ideia que eu tive quando eu viajava muito pra fazer stand up e, sempre que chegava nos aeroportos, nunca tinha alguém me esperando. Quando eu desembarcava, via aquelas pessoas segurando placas com nomes e sempre imaginava: ‘e se eu tomasse o lugar dessa pessoa, onde será que eu iria parar?’ Essa ideia de se jogar e ver até onde a situação pode ir foi o que me motivou a escrever “O palestrante”.

 

Você exerce várias funções – ator, diretor, roteirista, humorista... e com sucesso em todas elas. Além disso, tem uma identificação imediata com o público. Qual o segredo dessa sintonia?

Muito obrigado pelas palavras. Eu tento prestar atenção ao meu redor. Prestar atenção ao que está sendo dito, ao que estão falando nas redes, quem está conversando comigo… se estamos conectados de verdade, a gente consegue perceber um pouco que caminhos o público está tomando. E para estar conectado com o público, é preciso estar conectado com a realidade, com o que está acontecendo hoje. Preciso ler muito, ver muito, assistir tudo. Estar conectado com a atualidade é um grande passo para se estar conectado com o público.

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