CINEMA

Dois inventivos filmes nacionais (e vindos de Pernambuco) estreiam nesta semana

‘Seguindo todos os protocolos’ e ‘Carro rei’ estão nos cinemas

Por TOM LEÃO

Publicado em 01/07/2022 às 11:29

Alterado em 01/07/2022 às 11:29

No inventivo 'Carro Rei', vemos a relação de amizade entre um rapaz e um veículo inteligente, que vai causar uma revolução fantástica Foto: divulgação

Nesta semana, quem aprecia cinema nacional teve duas produções sendo lançadas no mesmo dia. E por coincidência são dois filmes pernambucanos: “Seguindo todos os protocolos” e “Carro Rei”. O primeiro é o primeiro longa solo do diretor recifense Fabio Leal. O filme, que fala sobre a solidão do isolamento social na fase mais aguda da pandemia de Covid 19, estreou nos cinemas nessa quinta (30) de junho, através da Sessão Vitrine, em 14 capitais brasileiras de todas as regiões.

Em “...Protocolos”, acompanhamos Francisco (Marcus Curvelo) que, após ficar 10 meses sozinho em quarentena, precisa transar. Consegue um parceiro, mas ressalta sempre que só o fará seguindo todos os protocolos de segurança estipulados pela prevenção da Covid. Isso faz do filme algo bem intimista, basicamente com apenas dois atores em cena.

 

Macaque in the trees
Em 'Seguindo todos os protocolos', um homem gay precisa transar, durante a pandemia, e acaba arranjando um modo engenhoso de fazê-lo. (Foto: divulgação)

 

Já “Carro Rei”, de Renata Pinheiro, foi o grande vencedor do Festival de Gramado 2021, e levou os Kikitos de Melhor Filme, Melhor Direção de Arte, Melhor Som, Melhor Trilha Sonora e, também, o Prêmio Especial do Júri para a cativante atuação de Matheus Nachtergaele. “Carro Rei” fez sua estreia mundial no Festival de Roterdã 2021 e, desde então, tem acumulado ótimas críticas e participações em mais de 30 festivais aqui e no exterior, além de exibições comerciais pelo mundo.

Na trama, Uno (Luciano Pedro Jr.) tem um dom fantástico: ele consegue se comunicar com carros. Especialmente com um que o salvou de um acidente de trânsito quando criança. Quando uma nova lei proíbe a circulação de carros velhos (veículos acima de 15 anos), e coloca a empresa de táxi do seu pai em perigo, o rapaz busca orientação com seu melhor amigo de infância, que é um carro de inteligência extraordinária.

Junto com seu tio, um mecânico engenhoso (Narchtergale), eles armam um plano para burlar a lei, transformando carros velhos em ‘novos’. O carro velho renasce e ganha o nome de Carro Rei - um veículo que pode falar, pode ouvir, pode até se apaixonar (bem diferente de ‘carros vivos’ que vimos antes, em filmes como “Christine” ou “O Carro, a máquina do diabo”, por exemplo). Por mais absurda que pareça a trama, o filme a entrega de forma coerente e fantástica algo que raramente vemos no cinema nacional, normalmente. A cinematografia e o elenco seguram bem a trama, até o seu final meio apocalíptico. É muito mais ‘sinistro’ do que “Titane”, que também foi dirigido por uma mulher, a Julia Ducournau, que mostra uma moça que tem relações sexuais com um automóvel.

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