CINEMA

Academia anuncia os vencedores do Troféu Grande Otelo

'A Febre', de Maya Da-Rin, conquistou o prêmio de Melhor Longa-metragem de Ficção, 'Babenco: Alguém tem que Ouvir o Coração e dizer Parou', de Bárbara Paz, o de Melhor Longa-metragem Documentário, e 'Pacarrete', de Allan Deberton, o de Melhor Filme de Comédia, que além deste conquistou mais sete prêmios

Por MYRNA SILVEIRA BRANDÃO
[email protected]

Publicado em 29/11/2021 às 13:17

Alterado em 29/11/2021 às 13:20

Marcélia Cartaxo, em cena de 'Pacarrete', ganhou o prêmio de Melhor Atriz Foto: Luiz Alves

Em cerimônia transmitida ao vivo pela TV Cultura, na noite desse domingo (28), conduzida pelas apresentadoras Adriana Couto e Renata Boldrini, a Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais divulgou os premiados da 20ª edição do Troféu Grande Otelo, considerado o maior prêmio de cinema no Brasil.

O destaque desta edição foi dado aos 90 anos de Ruy Guerra, 70 deles dedicados ao cinema como ator em filmes cultuados como “Os Cafajestes” e “Os Fuzis”.

Os finalistas concorreram em 31 categorias e foram escolhidos em votação pelos sócios da Academia.

Com sede no Rio de Janeiro e representatividade nacional, a Academia é uma entidade independente criada em 2002 com a finalidade, entre outras, de instituir o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro e contribuir para a discussão, promoção e fortalecimento da indústria audiovisual em todo o Brasil.

Num ano dedicado à memória do audiovisual brasileiro, a Academia atribuiu o Prêmio Especial de Preservação ao movimento S.O.S. Cinemateca-Apaci, que, liderado por profissionais de cinema, lutou para salvar a Cinemateca Brasileira do abandono.

A transmissão teve trechos de filmes importantes na história do audiovisual brasileiro e apresentações musicais do pianista André Mehmari e da cantora Monica Salmaso.

 

PREMIADOS

O Prêmio de Melhor Longa-metragem de ficção, principal troféu da premiação, foi para “A Febre”, de Maya Da-Rin. O filme segue Justino, um indígena que trabalha como vigia no porto de Manaus. Enquanto sua filha se prepara para estudar medicina em Brasília, Justino é dominado por uma febre misteriosa.

A diretora agradeceu por estar participando de um prêmio tão importante do Cinema Brasileiro, destacando o difícil momento vivido pelo audiovisual e que ela espera seja superado.

“Babenco: Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer: Parou”, de Bárbara Paz, conquistou o prêmio de Melhor Longa-Metragem Documentário. O filme também ganhou os prêmios de melhor direção, melhor montagem de documentário (Cao Guimarães e Bárbara Paz) e melhor som (Rodrigo Ferrante, Miriam Biderman e Ricardo Reis).

A diretora agradeceu ao júri e ao público pelo reconhecimento, e disse que estava honrada por ganhar este prêmio com seu primeiro longa.

“Pacarrete”, de Allan Deberton, ganhou o prêmio de melhor filme de Comédia, e foi o grande vencedor da noite conquistando 8 prêmios: Melhor Trilha Sonora, Melhor Direção de Arte, Melhor Maquiagem, Melhor Roteiro Original, Melhor Filme pelo Júri Popular, Melhor Ator Coadjuvante para João Miguel e Melhor Atriz para Marcélia Cartaxo.

“Estou muito agradecida por fazer parte desta linda festa do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro”, disse a atriz, destacando o desafio de interpretar uma personagem com tantos sonhos e paixão pela dança.

Deberton, por sua vez, ressaltou: “Toda a equipe está muito emocionada com a trajetória e reconhecimento do filme, feito com muito afeto e cuidado. A importância de “Pacarrete” para todos nós, cuja história fala de uma artista que resiste, é muito simbólica neste momento em que temos que lutar pelo Cinema Brasileiro, pelo direito de existir, ser assistido e ser preservado. O Troféu Grande Otelo é o máximo reconhecimento do cinema brasileiro, e termos feito parte desta festa muito nos honra. Agradecemos aos membros da Academia e a todos que fazem o Cinema Brasileiro ser tão rico e único”, concluiu.

 


PRINCIPAIS PRÊMIOS


MELHOR LONGA-METRAGEM DE FICÇÃO: A Febre, de Maya Da-Rin

MELHOR LONGA-METRAGEM DOCUMENTÁRIO: Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer: Parou, de Bárbara Paz

MELHOR LONGA-METRAGEM COMÉDIA: Pacarrete, de Allan Deberton

MELHOR LONGA-METRAGEM ANIMAÇÃO: Os Under-Undergrounds, o Começo, de Nelson Botter Jr.

MELHOR LONGA-METRAGEM INFANTIL: Dez Horas para o Natal, de Cris D’Amato

MELHOR DIREÇÃO: Jeferson De, com M8 – Quando a Morte Socorre a Vida

MELHOR PRIMEIRA DIREÇÃO DE LONGA-METRAGEM: Bárbara Paz, com Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer: Parou

MELHOR ATRIZ: Marcélia Cartaxo por Pacarrete

MELHOR ATOR: Marcos Palmeira por Boca de Ouro

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE: Hermila Guedes por Fim de Festa

MELHOR ATOR COADJUVANTE: João Miguel por Pacarrete

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL: Allan Deberton, André Araújo, Natália Maia e Samuel Brasileiro por Pacarrete

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO: Jeferson De e Felipe Scholl por M8: Quando a Morte socorre a Vida

MELHOR DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA: Barbara Alvarez por A Febre

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE: Rodrigo Frota por Pacarrete

MELHOR MAQUIAGEM: Tayce Vale por Pacarrete

MELHOR MONTAGEM FICÇÃO: Karen Akerman por A Febre

MELHOR MONTAGEM DOCUMENTÁRIO: Cao Guimarães e Bárbara Paz por Babenco: Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer: Parou

MELHOR SOM: Rodrigo Ferrante, Miriam Biderman e Ricardo Reis por Babenco: Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer: Parou

MELHOR TRILHA SONORA: Fred Silveira por Pacarrete

MELHOR CURTA-METRAGEM ANIMAÇÃO: Subsolo, de Erica Maradona e Otto Guerra

MELHOR CURTA-METRAGEM DOCUMENTÁRIO: Filhas de Lavadeiras, de Edileyza Penha de Souza

MELHOR CURTA-METRAGEMM FICÇÃO: República, de Grace Passô

MELHOR LONGA-METRAGEM IBERO-AMERICANO: O Roubo do Século, de Ariel Winograd

MELHOR LONGA-METRAGEM INTERNACIONAL: Jojo Rabbit, de Taika Waititi

 

Tags: