ARTES

Arte e cultura de todos para todos

Por PATRÍCIA SECCO

Publicado em 27/11/2025 às 10:44

A bela fachada iluminada do CCCRJ Foto: divulgação

No Centro do Rio de Janeiro, mais precisamente na Rua Visconde de Itaboraí, 20, pulsa um dos espaços mais vibrantes e democráticos da cena artística brasileira: o Centro Cultural Correios do Rio de Janeiro. E na minha visão aberta, ampla, de artista, consigo notar a paixão de Ednor Medeiros, o diretor do espaço que, além de garra, talento, esbanja delicadeza na relação, no trato, com os artistas que lá expõem e apresentam as suas artes.

Desde 1992, o edifício histórico transformado em unidade cultural cumpre com rigor e paixão a sua missão: disseminar cultura para moradores e visitantes. Com 12 galerias, uma sala de vídeo para 45 pessoas, teatro para 170 e uma praça interna de 800 m2, o CCCRJ oferece ao público quase 3.500 m2 de área expositiva, tornando-se um dos maiores e mais ativos centros culturais do país.


Obra infantil do artista plástico Ziraldo em um dos vários espaços para exposição do CCCRJ Foto: divulgação

A programação é intensa: mais de 70 projetos expositivos por ano, além de, pelo menos, 15 peças de teatro, ciclos de debates, encontros literários e ações educativas, recebendo anualmente mais de 95 mil visitantes — muitos deles crianças e adolescentes das redes de ensino.

Não à toa, o Centro Cultural dos Correios já recebeu reconhecimentos de diferentes cantos do mundo: Índia, Japão, México, Finlândia e Itália o apontaram como referência em difusão cultural. Em março de 2018, o mérito se transformou em honra oficial: o CCCRJ recebeu a Medalha Tiradentes, a mais alta condecoração da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro.

Para honra, orgulho, da cidade maravilhosa, até o último dia 8 de novembro, o CCCRJ sediou uma impressionante mostra com 69 gravuras originais de Rembrandt, obviamente atraindo um público recorde! Agora, vai inaugurar a maior exposição imersiva sobre Michelangelo já realizada no Rio de Janeiro, seguida, em julho, de uma grande homenagem a Burle Marx. E, em agosto, terei a alegria, o prazer, de ocupar essas paredes com a minha própria exposição — um mergulho urgente e sempre necessário sobre o Meio Ambiente, tema que atravessa minha trajetória e minha preocupação profunda com o futuro do planeta.

Além das artes visuais, o Centro abriga o Cineclube Leila Ribeiro, uma parceria com a Unirio que, mensalmente, exibe gratuitamente um filme seguido de roda de debates conduzida por professores da universidade. É cultura intensa, forte, de alto nível, e acessível para todos. De graça? Sem pagar nada? Só conheço em países desenvolvidos.

Além da fachada lindíssima construída em 1922, com uma arquitetura colonial eclética, o CCCRJ é, antes de tudo, um presente para o Rio. E para mim é uma honra expor em 2026, pela quinta vez.

Vida longa ao Centro Cultural dos Correios do Rio de Janeiro!


Teatro para 170 pessoas do CCCRJ Foto: divulgação

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