POLÍTICA
Jean Paul Prates, ex-presidente da Petrobras, anuncia saída do PT e fala em 'nova etapa' no campo progressista
Por POLÍTICA JB
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Publicado em 24/11/2025 às 15:08
Alterado em 24/11/2025 às 15:12
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Em carta ao presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, ex-senador reforça os 12 anos em que esteve no partido e todo o trabalho empenhado
O ex-senador da República e ex-presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, oficializou na manhã desta segunda-feira (24) sua desfiliação do Partido dos Trabalhadores, sigla à qual esteve filiado desde 2013. A decisão foi protocolada em carta entregue ao presidente nacional do partido, Edinho Silva, em Brasília, e em documento semelhante destinado à presidenta da legenda no Rio Grande do Norte, Samanda Alves. A íntegra da carta enviada ao presidente está anexada no processo de desfiliação.
No texto, Jean Paul adota tom de respeito, serenidade e gratidão pela trajetória construída no PT ao longo de doze anos. Ele destaca que sua decisão foi amadurecida “com reflexão profunda” e consolidada após diálogo direto com a governadora Fátima Bezerra. Jean afirma que seu ingresso no Partido dos Trabalhadores de deu com entusiasmo e lealdade, com “total disposição de contribuir para seu projeto histórico e para as lutas em defesa do povo brasileiro”.
Jean Paul ressaltou a importância das duas missões mais relevantes recebidas da legenda. “Sou grato pelas maiores honrarias da minha vida pública, representar o Rio Grande do Norte no Senado Federal e presidir a Petrobras, ambas confiadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela governadora Fátima Bezerra”, afirma. Ele lembra sua atuação firme e responsável como líder da oposição no Senado durante o governo Bolsonaro, período em que defendeu empresas estatais, o patrimônio público e os marcos da transição energética.
O agora ex-petista recorda ainda parte de sua produção legislativa, marcada por projetos considerados estruturantes, como o Marco Legal das Ferrovias, o projeto de estabilização dos preços dos combustíveis e leis pioneiras sobre energia offshore, hidrogênio, economia circular do plástico, captura e armazenamento de carbono, mobilidade urbana e biogás. Também cita seu papel em frentes parlamentares estratégicas, como a de Recursos Naturais e Energia, a de Defesa da Petrobras e a de Livro, Leitura e Bibliotecas, além da atuação como relator setorial do Orçamento da União.
No documento, Jean Paul reconhece que sua saída é motivada por uma redução progressiva de espaço político. Ainda assim, reafirma não carregar ressentimentos. “Não levo mágoas, levo gratidão e consciência tranquila”, registra. Ele dedica agradecimentos pessoais a lideranças e amigos pessoais que marcaram sua passagem pelo partido, como Fernando Haddad, Aloizio Mercadante, Henrique Fontana, José Dirceu e o próprio presidente Edinho Silva.
Em trecho enfático, Jean Paul presta homenagem à militância petista, sobretudo a que atua em regiões mais vulneráveis do país. “Essa militância é o que o PT tem de mais autêntico e valioso, e por ela minha admiração permanece intacta”, afirma.
Ao final, ele anuncia que continuará no campo progressista. Disse que passa a integrar “uma legenda com tradição equivalente de luta por justiça social, dignidade e soberania nacional” e que pretende contribuir para a construção de “uma esquerda moderna, transparente, popular e capaz de dialogar com as novas gerações e com os desafios contemporâneos”.
Jean Paul encerra reafirmando compromisso com a democracia, com o papel estratégico do Estado no desenvolvimento e com políticas públicas conectadas ao Brasil do presente e do futuro.