ARTIGOS

Próximo dos 70

Por TARCISIO PADILHA JUNIOR

Publicado em 26/03/2025 às 11:40

Alterado em 26/03/2025 às 11:40

'Preciso tentar
ao máximo'
                         Etty Hillesum

 

Renascimento veio com a valorização do indivíduo, princípio que trouxe consequências em todos domínios, muitas delas presentes hoje.

Nas condições da modernidade, no entanto, os artefatos e as máquinas separam-nos objetivamente do simples, e do conhecimento de nós mesmos.

Precisamos ver a nós mesmos como instrumentos sensíveis - daí, capazes de observar circunstâncias, medir situações e registrar reações.

É necessário uma abertura e uma sensibilidade que não acontecem automaticamente, para podermos compreender em profundidade o que ocorre.

Muitos indivíduos buscam, sistematicamente, justificativas racionais sobre o modo de viver, e de conviver, na esperança de ter certezas.

O mundo não é humano simplesmente por ser feito de seres humanos, tampouco se torna humano simplesmente porque voz humana nele ressoa.

Mas apenas quando se torna objeto de discurso, ou seja, quando podemos discutir com nossos contemporâneos as questões da atualidade.

Do pluralismo que caracteriza a sociedade, até o relativismo que a ameaça, vai um passo, que se dá rapidamente; aos poucos, leva a tudo relativizar.

Humanização não é do ontem nem do amanhã, é do presente, e deste mundo; aqueles que se engajam nisso reconhecem-se mutuamente.

Próximo dos 70, entendo que sempre se trata de intensificar a própria percepção acerca do que pode ser feito realmente em uma situação concreta.


Engenheiro, é especialista em gestão de pequenos empreendimentos

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