MEIO AMBIENTE

'Brasil pode perder Pantanal até fim do século', alerta Marina

Ministra sugeriu criação de marco regulatório de emergência

Por JB AMBIENTAL
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Publicado em 04/09/2024 às 18:52

Alterado em 04/09/2024 às 18:57

A ministra Marina Silva Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou nesta quarta-feira (4) que o Brasil pode perder o Pantanal por completo até o fim deste século, se o mundo não for capaz de reverter o cenário de aquecimento global.

A declaração foi dada durante sessão da Comissão de Meio Ambiente do Senado, que abordou as queimadas e a estiagem prolongada que atingem a maior parte do país.

O problema coloca em risco a cobertura vegetal, que também sofre com o desmatamento.
"Segundo os pesquisadores, se continuar o mesmo fenômeno em relação ao Pantanal, o diagnóstico é que poderemos perdê-lo até o final do século.

Isso tem um nome: baixa precipitação, alto processo de evapotranspiração, não conseguindo alcançar a cota de cheia, nem dos rios nem da planície alagada", alertou Marina.

Para reverter a situação, a ministra disse que será preciso ampliar os esforços e recursos de combate às mudanças climáticas. Como medida imediata, ela sugeriu que o Congresso crie um marco regulatório de emergência climática que exclua da meta fiscal do governo federal os recursos gastos nessas condições.

"Se tenho que agir preventivamente, como é o entendimento de Vossas Excelências e nosso, tenho que ter cobertura legal para isso", justificou.

Marina afirmou que o governo vive um "paradoxo" com cobranças simultâneas de investimento em medidas de combate aos incêndios e empreendimentos que são "altamente retroalimentadores do fogo", apesar de não ter especificado quais empreendimentos seriam esses.

A ministra do Meio Ambiente também ressaltou que o trabalho do atual governo iniciado em janeiro de 2023 evitou uma "situação completamente incontrolável".

O número de incêndios no Brasil em agosto chegou a 68.635 registros, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), sendo a pior marca desde 2010. De acordo com o instituto, mais de 80% desses focos ocorreram na Amazônia e no Cerrado. (com Ansa)

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