JUSTIÇA

Marcos do Val diz ter orientado Fux a divergir no STF para evitar sanções dos EUA

Por JB JURÍDICO com Revista Fórum
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Publicado em 11/09/2025 às 08:25

Alterado em 11/09/2025 às 08:25

Marcos do Val Foto: Pedro França/Agência Senado

Por Glauco Faria - O senador Marcos do Val (Podemos-ES) afirmou, nessa quarta-feira (10), ter se reunido com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux no início de junho.

Do Val fez a declaração durante uma transmissão ao vivo, realizada no mesmo dia em que o ministro Fux proferiu seu voto na ação penal 2668. O senador afirmou ter recomendado ao magistrado apresentar uma posição divergente na Primeira Turma do STF para não ser alvo de sanções impostas pelos Estados Unidos.

O senador alegou ter tratado do assunto com uma equipe do governo estadunidense durante uma viagem ao país em julho, realizada mesmo com seu passaporte retido por decisão do ministro Alexandre de Moraes. Ele foi posteriormente alvo de uma operação da Polícia Federal por descumprimento da ordem judicial.

“Por que o Fux não entrou na lista dos Estados Unidos? Fiz a reunião. Foi excelente. O Fux é o cara humano, justo e já não aguentava mais ficar calado. E a conversa foi… Eu disse a ele: segue, inicia discordando do que tá acontecendo, do que o STF está fazendo, porque se não o seu nome vai entrar na lista. E expliquei o que era a lista”, relatou Do Val.

A revista Veja publicou originalmente o vídeo, que foi apagado depois pelo parlamentar. 

Afastamento
O Senado oficializou em 4 de setembro o afastamento de Marcos do Val das atividades legislativas por 115 dias para “tratamento de saúde”. A Junta Médica da Casa atendeu a um pedido do senador, que continua recebendo salário, conforme a Agência Brasil.

Do Val é investigado no STF por suspeita de promover uma campanha para intimidar e constranger policiais federais responsáveis por investigações em andamento na Corte. Ele também é alvo de investigação por ter supostamente arquitetado um plano para anular as eleições de 2022.

“Os fatos estão ligados a uma campanha de ataques institucionais contra o STF e a Polícia Federal, incluindo a divulgação de dados pessoais de delegados que atuam em investigações na Corte”, explicou o Supremo.

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