INFORME JB
Depois de perder na PEC da bandidagem, oposição retira a MP que 'apaga provas' contra o país
Por Marcio Gomes
Publicado em 08/10/2025 às 21:03
Alterado em 08/10/2025 às 21:07

Após a opinião pública reagir nas ruas, em 21 de setembro, contra a PEC da bandidagem/blindagem a crimes pretéritos, presentes e futuros de congressistas, que gerou recuos nas articulações pela anistia e a falta de coragem para votar contra a isenção do IR em 2026, a oposição na Câmara dos Deputados deu hoje uma prova de covardia para assumir que atua contra o Brasil, ao aprovar a retirada da MP 1.303 da pauta por 251 a 193 votos.
Enquanto nos Estados Unidos um dos mais notórios expoentes da oposição, o filho 03 do ex-presidente Jair Bolsonaro, deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), assume a conspiração contra os interesses da economia e soberania nacional, mesmo desnorteado após o presidente Trump ligar para o presidente Lula e estabelecer negociações entre as duas maiores democracias do Ocidente, o PL e os partidos que fazem oposição a Lula sabotam as propostas do governo. Mas sem a ombridade de assumir seus atos.
Na votação da MP 1.303, o PL e os partidos do “Centrão” fecharam questão em votar contra a proposta do governo de aumentar de 12% para 18% (como era a proposta original de 2023) a taxação sobre as remessas de lucros das bets, em sua maioria registrados em paraísos fiscais do exterior, preferiram defender os interesses dos cassinos. Com isso, o governo perdeu arrecadação de mais de R$ 3 bilhões em 2026.
Outras medidas que aumentavam os impostos sobre os lucros de bancos e “fintechs”, que cresceram com a alta dos juros, também foram acolhidas pela oposição para votar contra, na sua opção preferencial pelos ricos.
Toque de retirada
Mas, bastou o governo, ao pressentir a derrota, avisar que iria expor nas redes sociais os nomes de quem votasse pela perda de R$ 42 bilhões no Orçamento Geral da União a programas sociais, para os mesmos políticos que sequer sugeriram cortes nos fundos eleitorais ou nos R$ 50 bilhões do Orçamento Secreto, acionarem os corneteiros na Câmara para o toque de retirada.
Para impor uma derrota ao governo, e evitar que seus nomes sejam expostos nas mídias de apoio ao governo Lula - o que seria fatal no ano eleitoral de 2026 -, a artimanha covarde dos que são contra os programas sociais destinados aos pobres foi retirar a MP 1.303 da pauta.
Apagando as provas
A Medida Provisória 1.303 caducaria à 23:59 de hoje se não fosse renovada. A covardia para impor a derrota sem deixar as digitais foi tirar a MP da pauta.
Dá para identificar quem votou pela retirada da pauta, mas as digitais não ficaram atreladas a qualquer medida impopular ou favorável ao andar de cima.
Ou seja, o espírito para blindar a bandidagem ainda circula livre na Câmara.
Pirueta na ética
Mas o dia 8 de outubro já prometia, desde cedo, afrontas ao bom senso. Veja o caso do parecer do relator do pedido, feito pelo PT, de cassação de Eduardo Bolsonaro no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.
O delegado Marcelo Freitas (PL-MG), do mesmo partido do filho 03 que opera nos Estados Unidos desde fevereiro contra o Brasil, instigando o tarifaço do governo Trump para suspender o processo do Supremo Tribunal Federal e com sanções contra ministros do STF e do governo Lula, votou pelo arquivamento da representação contra o deputado federal
Sem ficar corado, o delegado Freitas, afirmou que a articulação do filho 03 de Jair Bolsonaro, nos EUA, com auxílio do economista Paulo Figueiredo, neto do último ditador brasileiro, o general João Figueiredo, por sanções do governo Donald Trump, não constitui quebra de decoro.
E olha que a dupla comemorou em suas redes sociais quando Trump anunciou o tarifaço extra de +40% (chegando a 50%) em agosto.
Felizmente, três deputados pediram vista e o processo vai seguir.
Será que os deputados estão imunes de deixar rastros até nos EUA e Itália?
Nikolas vota a favor do governo
A maior excentricidade deste dia incomum na Câmara foi o voto a favor da MP 1.303 do deputado do PL-MG, Nikolas Ferreira, um dos mais ferrenhos opositores do governo Lula.
Com cara de cachorro que caiu do caminhão de mudança, Nikolas disse que se "enganou no voto".
Deve ter ocorrido o mesmo desligamento do dia da ocupação da Mesa da Câmara, em 4 de agosto, quando desabou atrás da cadeira do presidente Hugo Motta, após comportamento irrequieto, mas que atribuiu a uma agressão de uma deputada franzina.