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Bolsonaristas estendem bandeira gigantesca dos EUA na Avenida Paulista

Lideranças da extrema direita promovem ato em São Paulo para pedir liberdade a Jair Bolsonaro e afrontar a democracia e a soberania nacional

Por INFORME JB com Revista Forum
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Publicado em 07/09/2025 às 19:03

Ato de bolsonaristas na Av. Paulista Foto: reprodução

Por Iara Vidal - Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro se reuniram neste domingo (7), na avenida Paulista, em São Paulo, para pedir anistia aos condenados pelos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023 e liberdade para o ex-presidente, que cumpre prisão domiciliar.

O protesto ocorreu justamente no Dia da Independência do Brasil e chamou atenção pelo contraste entre o discurso de “patriotismo” e a exibição de símbolos estrangeiros. Uma bandeira gigante dos Estados Unidos foi estendida no ato, ao lado de bandeiras do Brasil e de Israel.

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffman, pelas redes sociais, destacou a diferença entre o campo progressista e os bolsonaristas: "batemos continência para a bandeira brasileira", escreveu.

"Exaltamos a bandeira do Brasil, do povo brasileiro. Em pleno 7 de setembro os partidários de Jair Bolsonaro carregam, em manifestação por anistia, a bandeira dos EUA, que está impondo um tarifaço e sanções ao Brasil", destacou.

O líder do governo na Câmara, deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), também destacou a presença da bandeira dos EUA no ato. "Traidores da Pátria", escreveu.

Confira vídeo do momento em que a bandeira dos EUA foi aberta na Avenida Paulista.

Cartazes pediam “liberdade”, “democracia” e “anistia”, além de atacar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Muitos estavam escritos em inglês. Em um deles, lia-se: “Fé em Deus, Eduardo Bolsonaro. Edu, nós o apoiamos. Donald Trump, thank you very much”. (muito obrigado)

Outra imagem emblemática do ato, que ilustra esta matéria, mostra Trump e Bolsonaro sorrindo lado a lado sobre uma bandeira dos EUA, simbolizando o alinhamento do bolsonarismo à extrema direita internacional e a submissão do bolsonarismo aos arroubos autoritários do ocupante da Casa Branca.

Discursos e presença de autoridades
No carro de som, discursaram o pastor Silas Malafaia — que convocou o ato —, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o líder da legenda na Câmara, Sóstenes Cavalcante.

Também marcaram presença o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), além da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Tarcísio, nome apontado como sucessor de Bolsonaro em 2026, fez acenos à base radical. Questionou as provas contra o ex-presidente, defendeu sua candidatura e atacou Moraes, a quem chamou de tirano. “Bolsonaro tem que disputar a eleição de 2026. Deixa o povo decidir”, disse.

Valdemar Costa Neto reforçou que o PL trabalha pela anistia no Congresso e foi direto: “Não temos plano B. Nosso plano é Bolsonaro presidente”.

Anistia para quem?
Levantamento do Supremo Tribunal Federal (STF) mostra que, dos mais de 1,4 mil presos após o 8 de janeiro, ainda há 141 pessoas na cadeia e 44 em prisão domiciliar, entre elas o próprio Bolsonaro.

Dos que seguem detidos, 112 já foram condenados por crimes graves, como tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Outros 29 estão em prisão preventiva, aguardando julgamento — entre eles o general Walter Braga Netto, ex-ministro de Bolsonaro.

Por outro lado, centenas de acusados de crimes menos graves fecharam acordos com a Procuradoria-Geral da República, homologados pelo STF. Esses acordos impõem medidas como serviços comunitários e pagamento de multas.

Até agora, o Supremo já registrou 638 condenações e arrecadou quase R$ 3 milhões em multas destinadas à reparação dos danos. Há ainda 61 pedidos de extradição em andamento para trazer de volta investigados que fugiram para o exterior.

Anistia até para crimes futuros
A proposta de anistia apresentada pelo líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante, prevê perdão não só para os condenados pelos atos de 8 de janeiro, mas até para crimes futuros. O texto inclui ataques a instituições, apoio logístico e até a suspensão de inelegibilidades eleitorais — o que favoreceria diretamente Jair Bolsonaro, hoje impedido de disputar eleições pelo TSE.

Juristas afirmam que o projeto é inconstitucional, pois a Constituição só permite anistia para fatos passados e considera crime inafiançável qualquer ação contra a ordem democrática. Para especialistas, a proposta equivale a um “cheque em branco” para novos ataques, além de desmontar a lógica da Justiça, já que não exige nenhuma responsabilidade dos beneficiados.

Apesar das críticas, aliados de Bolsonaro seguem pressionando o Congresso para votar a medida, que pode beneficiar tanto os condenados quanto o próprio ex-presidente.

 

 

 

 

 

 

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