
INFORME JB
Cláudio Castro cava embaixada do RJ em Roma
Por GILBERTO MENEZES CÔRTES
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Publicado em 28/08/2025 às 09:58
Alterado em 28/08/2025 às 10:09

Na reta final de seu melancólico 2º mandato, o governador do Estado do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, prepara a maior obra do seu desgoverno: a inauguração de uma "para-embaixada" do Estado na Itália. Podia ser em Capri. Mas o local escolhido foi a capital, Roma, onde também tem sede o Vaticano.
No primeiro mandato, sua grande obra foi a privatização dos serviços de água e esgotos da Cedae. Na ocasião, o governador chegou a alardear ter saneado as finanças do Estado, a ponto de prometer, nas eleições de 2022, aumentos para o funcionalismo – puro engano ao eleitor.
No começo de 2022, depois de gastar o dinheiro da Cedae em obras de asfaltamento meia-sola que envolviam alianças eleitorais com os prefeitos do interior, Cláudio Castro, reeleito, voltou a seu esporte predileto: chantagear o ministro da Fazenda (fez antes com Paulo Guedes e retomou com Fernando Haddad), exigindo uma nova renegociação de dívida com a União, para não quebrar o segundo estado da federação.
Apesar dos crescentes recursos do petróleo do pré-sal, Cláudio Castro não consegue sanear as finanças por pura incompetência e inação.
Há tantos anos de governo (assumiu interinamente em agosto de 2020 como vice de Wilson Witzel, afastado em 20 de agosto de 2021, sendo efetivado no cargo 1m 1º de maio de 2021, após o “impeachment” de Witzel), já poderia ter vendido próprios do Estado, como a área do antigo 8º Gemac, no Leblon, transferida à PM do Rio, que promete leiloar este ano.
Não faltam imóveis parados, ou subutilizados em delegacias, como parte do quarteirão da 14ª delegacia, também do Leblon. Faltam só ousadia e gestão.
Um novo Cícero em Roma?
Impedido de tentar uma nova reeleição e sem chances eleitorais para concorrer ao Senado Federal, Castro estaria preparando a "para-embaixada" de Roma para viver dias de glória na cidade eterna.
Quem sabe um bom fonoaudiólogo italiano não transforme o nosso tímido e tatibitati governador, carente de ideias e verbalização, em um renovado e potente Cícero do Senado dos Césares?
O custo da empreitada
Mas acontece que esta sinecura preparada secretamente em causa própria vai custar caro ao contribuinte do quebrado Estado do Rio de Janeiro.
As únicas “obras” que o Estado faz foi renovar as frotas da PM com carros zero – geralmente de fábricas localizadas no próprio RJ, que permitem negociar descontos de ICMS do próprio Estado. Em poucos meses já sucateados.
Missão Roma
Por enquanto, foi nomeado para desatravancar os trâmites para a instalação da "proto embaixada", o advogado lotado na Casa Civil Victor Rosa Travancas.
O encarregado da missão impossível, por sinal, reflete bem o estilo firme e assertivo de Cláudio Castro governar.
Em janeiro deste ano, Travancas foi demitido da função de diretor do Arquivo Público, em Botafogo, que, segundo o próprio gestor, estava em petição de miséria e corria risco de incêndio.
Mas em 15 de julho Travancas foi readmitido por Cláudio Castro para atuar na Secretaria de Estado da Casa Civil. E a primeira missão é Roma.
Clube de Engenharia faz ato pela Soberania Nacional
O presidente do Clube de Engenharia, Francis Bogossian, e o vice-presidente, Fernando Peregrino, que é pró-reitor de Gestão e Governança da UFRJ, convidam para o Ato Público pela Soberania Nacional, dia primeiro de setembro, às 18h, com a participação de representantes de partidos políticos, entidades da sociedade civil, sindicatos, artistas, professores, estudantes e de lideranças de movimentos sociais.
Já confirmaram presença mais de 177 entidades, entre elas, a ABI, a OAB, a UFRJ, UERJ, UFRRJ, IFERJ. CUT, UNE, além de representantes de movimentos sociais, sindicais, e partidos políticos.
Na ocasião, será lançada a “Assembleia Permanente pela Soberania” e será lido um Manifesto contra o ataque do governo americano ao Brasil.
Glória em 140 anos de lutas
Para Fernando Peregrino, um dos organizadores do evento, “a sede do Clube de Engenharia vai reviver seus dias épicos de sua história de 140 anos de luta”, como aconteceu quando foi palco das manifestações pelas Diretas Já, contra as privatizações, pela Constituinte, entre outros momentos marcantes.
Vigília pelo julgamento no STF
Ele lembra que, “por coincidência”, será na véspera do julgamento dos que tentaram dar um golpe na democracia, no dia 8 de janeiro de 2023.
O julgamento dos acusados, inclusive de Jair Bolsonaro, começa dia 2 de setembro, no Supremo Tribunal Federal.