INFORME JB

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Piscina da direita está cheia de ratos

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Por GILBERTO MENEZES CÔRTES
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Publicado em 18/08/2025 às 16:30

Alterado em 18/08/2025 às 16:45

Bolsonaro e os filhos reprodução

Cazuza criou os versos “a sua piscina está cheia de ratos; Tuas ideias não correspondem aos fatos” para a música “O Tempo não para”. Nada mais apropriado para os filhos 02 (Carlos) e 03 (Eduardo) de Jair Bolsonaro.

Em linguagem típica das ameaças trocadas entre milícias, o filho 02, vereador Carlos Bolsonaro, dispara na rede X contra os governadores de direita que querem se apropriar do espólio do ex-presidente. E teve o endosso imediato do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos.

Quem são os ratos?

Carlos disse que os “governadores democráticos” agem como ratos, sem citar os nomes de Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ronaldo Caiado (União-GO), Ratinho Júnior (PDS-PR) e Romeu Zema (Novo-MG) que lançou a candidatura a presidente no Congresso do Novo, sábado, em São Paulo.

Rosário de queixas

Para o vereador do PL do Rio de Janeiro, “enquanto Jair Bolsonaro está preso, doente e sendo lentamente assassinado a cada dia que passa, Clezão está morto, Silveira (ex-deputado Daniel Silveira) à beira do colapso, Filipe Martins [ex-assessor internacional e seu parceiro no Gabinete do Ódio] torturado diariamente, milhares de presos políticos sangrando a alma na cadeia e os tais 'direitistas' se calam", esbravejou o filho do ex-presidente, nomeando alguns nomes do esquema já atingidos pelos braços da Lei.

"A verdade é dura: todos vocês se comportam como ratos, sacrificam o povo pelo poder e não são em nada diferentes dos petistas que dizem combater", atacou Carlos Bolsonaro.

O que sobra da terra arrasada?

A estratégia do "tudo ou nada" de Eduardo Bolsonaro nos EUA, para instigar as sanções do governo Trump contra o Brasil e autoridades brasileiras, abriu um fosso entre o clã Bolsonaro e os partidos de centro-direita do Centrão.

Bolsonarismo só com Bolsonaro

Os filhos do presidente estão pressionando para que os governadores adotem postura antissistema tão radical quanto a deles. No limite, deveriam até se abster de participar do processo eleitoral para presidente em 2026, caso Bolsonaro continue impedido de se candidatar. Assim, na visão do clã, a legitimidade da eleição estaria comprometida e o Brasil não seria, de fato, uma democracia.

Assim, os governadores romperiam com o bolsonarismo.

O que sobra dos Bolsonaro?

E o que faria o clã Bolsonaro isolado? Lançaria um candidato a presidente da família (hoje o mais cotado é o senador Flávio Bolsonaro, que tem uma reeleição quase garantida), ou manteria o radicalismo?

Eduardo no Conselho de Ética

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados decide esta semana se instaura um processo de perda de mandato contra o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro. Três ações foram movidas pelo PT e uma pelo Psol.

Mesmo com o presidente Hugo Motta contrariado com a ação de Eduardo Bolsonaro, cuja licença de 120 dias expirou em 3 de agosto, o mais provável é que uma punição contra o filho 03 que leve à perda do mandato ocorra por excesso de faltas. Uma forma dos parlamentares lavarem as mãos e deixar para que o tempo e o regimento se encarreguem na punição.

Van Hatten e Poullon

Já os casos dos deputados Marcel Van Hattem (Novo-RS), Marcos Pollon (PL-MS) e Zé Trovão (PL-SC), que tiveram atuação mais ostensiva para barrar o acesso do presidente da Câmara, no dia da retomada dos trabalhos legislativos, 5 de agosto, contam com a pressão direta de Hugo Motta.

Para o presidente da Casa, os deputados afrontaram a democracia institucional.

Van Hatten usou uma cadeira para ocupar o lugar de Motta na presidência da Mesa, acolitado por Pollon, que se sentou na cadeira ao lado.

Já o corpulento caminhoneiro Zé Trovão estirou sua perna como se fosse uma jamanta atravessada numa estrada, para barrar o acesso do presidente à Mesa e dar início à sessão solene.

Autista com CAC

A mais esfarrapada desculpa para dizer que não fazia o que todos viram pela TV, foi do deputado Marco Pollon. Ele, que se declara autista, disse que ficou desorientado (em meio à zoeira) com o que estava acontecendo e pediu orientação ao colega Van Hatten.

Se o deputado por Mato do Grosso do Sul estava falando a verdade, seria bom explicar como um cidadão autista conseguiu o registro para ter armas no grupo dos CAC (Caçadores, Atiradores e Colecionadores) no governo Bolsonaro?

Se ele for mesmo autista, vem provar que os CACs eram uma porta escancarada para a disseminação de armas (em mãos de pessoas indevidas) no governo de Jair Bolsonaro.

Por sinal, um dos maiores apoiadores dos CACs, que funcionaria como milícia armada se o golpe de Jair Bolsonaro desse certo, era o filho 03, Eduardo.

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