
INFORME JB
A última de Bolsonaro: 'não tenho nada com isso'
Por GILBERTO MENEZES CÔRTES
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Publicado em 31/07/2025 às 06:56
Alterado em 31/07/2025 às 07:20

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As ações do Supremo Tribunal Federal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro eram citadas desde 9 de julho, quando do anúncio do tarifaço de 50% às exportações brasileiras pelo presidente Trump, como motivação para as sanções políticas e econômicas contra o Brasil.
O clã Bolsonaro, à frente o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que agiu contra o Brasil e o STF nos bastidores do governo Trump com o economista Paulo Figueiredo, neto do último ditador, o general João Batista Figueiredo, comemorou, no primeiro momento, o tarifaço.
Mas a reação da opinião pública e dos empresários levou o clã, a começar pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), a fazer uma ressalva tardia: A ação nos EUA sempre visou a sanções contra Alexandre de Moraes e demais membros do STF.
Pois bem, após o anúncio das sanções da Lei Magnitsky contra o ministro Moraes e a antecipação do tarifaço - atenuado, em parte, com isenção a quase 700 dos 9.000 itens da pauta de exportações -, aumentou a reação dos empresários e da opinião pública contra as ações do clã.
A reação de Bolsonaro
Mas o que fez o principal suposto beneficiário das ações do filho 03, o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro?
Usando a tornozeleira eletrônica, aplicada por Moraes na sexta-feira, 25 de julho, ao sair de uma visita à sede do PL, em Brasília, ele disse em alto e bom som:
- Não tenho nada a ver com isso.
É muita cara de pau.
A quem aproveita?
A estadia de seu filho 03 nos Estados Unidos está sendo custeada pelos R$ 2 milhões que enviou pelo Pix ao filho há dois meses.
Foi uma pequena parte dos R$ 17 milhões que os apoiadores lhe transferiram no fim do ano passado para custear advogados no julgamento da trama golpista denunciada ao STF pela Procuradoria Geral da República.
O mesmo Pix que ajudou o filho 03 a instigar Trump a se voltar contra o Brasil.
Velho comportamento
Quem conhece Bolsonaro desde os tempos da caserna sabe que seu comportamento continua o mesmo. Quando era deputado, o ex-capitão também abandonou companheiros de jornada.
Eleito presidente, abandonou nos primeiros três meses dois companheiros de campanha – o já falecido ex-secretário geral da Presidência Gustavo Bebiano e o general Santos Cruz, ambos demitidos do Ministério.
Pior foi abandonar o povo brasileiro à própria sorte na pandemia da Covid-19, quando disse a famosa frase ao ser comunicado de mais mortes:
- E daí, não sou coveiro?
Agora, só falta dizer que não é a peça principal do julgamento e da ação de Trump. Ou que desconhecia o trabalho de traidor da pátria do filho 03.