
INFORME JB
Um cidadão sob muitas suspeitas
Por GILBERTO MENEZES CÔRTES
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Publicado em 28/02/2025 às 08:58
Alterado em 28/02/2025 às 08:58

O clima esquentou esta semana na Liderança do PL em Brasília quando assessores e parlamentares falavam das últimas peripécias do deputado federal Marcos Pollon (PL-MS). Embora tenha sido o mais votado do Mato Grosso do Sul (103 mil votos) em 2022, ele causa muitos problemas para o partido e para o ex-presidente Jair Bolsonaro, que dispara cobras e lagartos sobre Pollon quando está com parlamentares do PL.
Mas, como defende a causa armamentista, Pollon conta com fiéis seguidores e costuma empurrar para o partido questões que o próprio Waldemar da Costa Neto não quer ouvir nem falar. Derrotado quando concorreu a prefeito de Campo Grande, lançou candidatos para disputar eleições municipais em MS sem consultar a senadora Teresa Cristina (PL-MS), que é a voz de Bolsonaro no Estado e no agronegócio.
Em refluxo junto aos eleitores no Estado, Pollon agora pensa em disputar uma vaga de deputado estadual. Mas os líderes do PL já o estão deixando de lado pelas mancadas que comete. “O partido já tem muitos problemas para resolver. Pollon não traz solução: só problemas", resumiu um assessor esta semana.
Após o término das eleições municipais, a senadora Teresa Cristina chamou Marcos Pollon em seu gabinete e lhe disse para “ficar quieto”, pois ele “não fala em nome de Bolsonaro”. Depois disso, os parlamentares do PL começaram a se distanciar dele. Mas Pollon também abandonou os que o apoiaram na campanha.
Distância tática
Waldemar da Costa Neto não aguenta mais suas bizarrices.
Mas Marcos Pollon tem um poderoso braço político armado, que poderia ser acionado se o 8 de janeiro tivesse tomado o poder: os CACs.
Um clube de armas
A atriz cubana-espanhola Ana Célia de Armas Caso, que adotou o nome artístico de Ana de Armas, inspirou os adversários políticos de Marcos Polon a chamá-lo de “Marcos de Armas”. É que o deputado federal Pollon está sendo acusado de ludibriar seguidores para beneficiar empresa de sua família, usando recursos repassados ao movimento Proarmas, criado pelo político de Mato Grosso do Sul pelo direito ao armamento civil.
O mesmo CPNJ aparece como sendo de empresa privada que realiza cursos para atiradores e uma “holding” com capital social de R$ 1,304 milhão, ligadas a Pollon. Ele justificou o uso do CNPJ para a “holding”, alegando que estavam sem nenhuma movimentação e foi direcionada para a empresa, criada após doação de terreno para os seus filhos.
O lema do “Proarmas” é unir “forças pela legítima defesa e pelo direito ao armamento civil responsável”. Serviu de mote para aglutinar os apoiadores civis de Bolsonaro alistados como CACs. Mediante mensalidades que variavam de R$ 10 a R$ 150, a pessoa teria direito a desconto em lojas e clubes parceiros, cursos digitais, plantão de dúvidas, assessoria em processos no Sinarm (Sistema Nacional de Armas).
Para não deixar dúvida sobre o espírito do grupo, cada sócio era enquadrado em categoria referente a calibres de armas de fogo: 38 (aplicável a revólveres e pistolas), 357 (mais conhecido como o Magnun, da Smith&Wesson, ou o brasileiro Taurus RT608), o 454 (Casul, só permitido a CACs) e o 762, alusão ao calibre de variadas armas com calibre 7.62, como fuzis, incluindo o famoso e mortal AK-47, e pistolas.