SAÚDE

Dieta e tireoide: evidências sobre selênio, soja e vegetais crucíferos

Alimentos e função da tireoide é tema de simpósio em congresso científico

Por Jornal do Brasil
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Publicado em 20/07/2021 às 12:51

Alterado em 20/07/2021 às 12:51

Sal demais na comida não faz bem para a tireoide Foto: Pixabay

“Uma dieta equilibrada com carnes, verduras, frutas, legumes e sem alimentos ultraprocessados é fundamental para o bom funcionamento da tireoide. Alguns alimentos em excesso e por tempo prolongado podem sim trazer prejuízos para a glândula”, explica Dra. Maria Izabel Chiamolera, endocrinologista palestrante do simpósio “‘Dieta da Tireoide’: quais as evidências?”, que acontece durante o 14° Congresso Paulista de Endocrinologia e Metabologia – COPEM 2021, de 5 a 7 de agosto de 2021. O #COPEM2021 é um evento científico da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP).

Segundo a endocrinologista, que participa de estudo de revisão sobre o assunto, tudo tem que ser pensado em equilíbrio. É o caso do iodo, presente no sal de cozinha de uso diário, que há muito se sabe sobre sua importância na síntese e fabricação do hormônio tireoidiano. “O iodo é bom em equilíbrio: sal demais na comida também não faz bem para a tireoide”, alerta.

Há evidências de que a falta do selênio, presente em miúdos de carnes, castanhas e cereais, pode afetar a função tireoidiana. “A dieta pobre em glúten parece trazer algum benefício, mas só quando associada à doença celíaca”, complementa a especialista em tireoide.

Existe outros alimentos que, caso sejam consumidos em quantidades elevadas e por tempo prolongado, podem trazer prejuízos para a tireoide, pois reduzem a captação do iodo pela glândula. É o caso de brócolis, couve, couve de bruxelas e nabo, os chamados vegetais crucíferos. “Por quantidades elevadas podemos entender, por exemplo, dois copos de suco de couve por dia, todo dia”, explica Dra. Maria Izabel. Vale o bom senso: uma salada de brócolis ou couve algumas vezes na semana não causam interferência no funcionamento da tireoide.

E a soja, também é uma vilã?

“A soja consumida em quantidades normais não é contraindicada. Porém, quantidades muito elevadas e por tempo prolongado, como por exemplo, a substituição do leite de vaca pelas fórmulas contendo soja em lactentes, principalmente, aqueles que nasceram com hipotireoidismo congênito ou que vivem em áreas carentes de iodo, podem representar um problema. Existe um elemento na soja chamado isoflavona, que interfere na ação da enzima tireoperoxidase, essencial para a síntese dos hormônios tireoidianos”, explica.

Sobre a SBEM-SP

A SBEM-SP (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia do Estado de São Paulo) pratica a defesa da Endocrinologia, em conjunto com outras entidades médicas, e oferece aos seus associados oportunidades de aprimoramento técnico e científico.