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Dolce & Gabbana leva sensualidade à Semana de Moda de Milão
Por MODA JB
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Publicado em 27/02/2023 às 05:41
Alterado em 27/02/2023 às 07:42
Gioia Giudici - Sutiãs e calcinhas, meias com costura e anáguas de tule: é a roupa íntima feminina a desenhar a sensualidade das mulheres de Dolce & Gabbana na passarela da Semana de Moda de Milão.
As peças apresentadas mostraram o que sabem fazer de melhor, com um show quase todo em preto, onde rendas e transparências foram protegidas por jaquetas e casacos sob medida perfeitamente cortados.
Um desfile que lembrou em parte o célebre desfile de 1992, inspirado na "Belle de jour" e que teve nomes como Cindy Crawford e Claudia Schiffer, e em parte fez pensar nas imagens em preto e branco de Helmut Newton.
Mas, sobretudo apresentou os códigos que definem a feminilidade da Dolce & Gabbana, hoje interpretada por Kim Kardashian, convidada do show e protagonista da nova campanha S/S da marca. A socialite foi ainda a "curadora" da última coleção do duo, fazendo uma seleção de suas peças favoritas entre 1987 e 2007.
"A experiência com Kim nos ajudou a olhar para trás, a fazer uma análise do nosso percurso, também nessa temporada há cerca de 15 a 20% das coisas do arquivo, que chegamos espontaneamente, como o vestido vermelho e longo levado em 1992 e parecido com o da passarela de hoje, 21 anos depois, pelas curvas de Ashley Graham. Porque a sensualidade hoje passa, sobretudo, pelo amar-se e estar segura com o próprio corpo", disseram os estilistas.
Assim, o desfile feito no Metropol é "de uma mulher muito seguro, um feminino mais adulto porque o ponto de referência é o que se viveu e isso não pode ser feito por alguém de 15 anos".
"Todos caímos na armadilha do 'jovem é cool', mas se você não tem experiência, você não pode dar conselhos", acrescentam.
A referência é sobre o poder atual das redes sociais e de seus protagonistas, às quais os dois estilistas são os primeiros a dar os créditos. Mas hoje, "temos a vontade de autoridade, e a moda não é um jogo, precisamos voltar a entendê-la".
"Precisa ser gerida por pessoas com competência porque nós temos vontade de imagens bonitas na passarela. Nesses anos, com as redes sociais, a história das imagens se fez extrema, deve ser sempre tudo estranho e complicado, mas com o tempo nos cansamos com esse extremismo forçado", pontuam.
Assim, "como depois de um grande esforço tudo o que você precisa é só de um copo de água fresca", eles decidiram "resetar e limpar, recomeçar dos códigos de uma roupa sem tempo, voltar à sensualidade, à elegância e ao equilíbrio".
Tudo isso sempre com aquela ousadia que faz parte da linguagem da marca e que se exprime com vestidos de renda, tule e chiffon que desenham as formas e acompanham o corpo, revelado pelas transparências. E ainda o novo terninho de tule, o body e o corpete, o bolero e o cinto à mostra, as meias-luvas e a capa, o macacão jaqueta e as peles ecológicas muito compridas, o casaco de lantejoulas e o de couro dourado.
Um sensualidade protegida por casacos com golas enormes e punhos de pele, que em ocasiões especiais explodem em flashes de cristais e golas de penas para culminar em um triunfo de paixão vermelha. Porque "ser sexy é bom, mas a sensualidade vai além da banalidade", acrescentam. (com Ansa)